Mesmo com proibição, ato contra auxílio moradia acontece em Salvador

Após liminar emitida por um juiz baiano, manifestantes estão reunidos desde às 8h desta quinta-feira (23), próximo ao Shopping Barra em Salvador (BA), para protestar contra o auxílio moradia e contra a politização do Judiciário brasileiro. Eles seguem a garantia de liberdade de manifestação e de expressão presentes nba Constituição brasileira.

ato contra auxilio moradia no Shopping Barra (Salvador) em 23/08/2018 - CUT

O protesto contra o auxílio moradia de juízes e procuradores e contra a partidarização do judiciário acontece em frente ao Shopping Barra, em Salvado, desde às 8h desta quinta.

No local, acontece o II Simpósio Nacional de Combate à Corrupção no local, com a participação do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba Sergio Moro.

"O protesto é contra o auxílio-moradia que os juízes recebem, contra tudo isso que está transformando o Brasil em um Estado de exceção", relata o presidente da CUT da Bahia Cedro Silva, ressaltando que "a farsa da Lava Jato desempregou milhares de trabalhadores e trabalhadoras".

Por volta das 11h de hoje, manifestantes entoavam gritos como "Ô, Sergio Moro, cadê você?/Aqui te espero com a prova da OAB". Carros que passavam pelo local mostravam adesão com buzinaços. "É fundamental nesse momento defender o Brasil, a soberania nacional, nossas empresas estatais e lutar por trabalho, emprego e renda para a nossa população", diz o presidente da CUT-BA.

Nesta quarta (22), o juiz Carlos Cerqueira Júnior, da 6ª Vara Cível e Comercial, havia concedido uma liminar pedida pelo shopping proibindo protestos dentro e fora do centro comercial no período de realização do seminário, determinando multa de R$ 100 mil a quem desobedecesse a ordem.

Em resposta, o Fórum dos Movimentos Sociais de Salvador divulgou nota afirmando que a decisão era "um absurdo completo, um desrespeito total ao direito de expressão, se proibir que em qualquer lugar da cidade, as pessoas não tenham direito de protestar contra quem quer que seja. Nem a ditadura militar ousou chegar a esse absurdo".

Na noite passada, Moro já havia sido alvo de um protesto em frente ao Hotel Sheraton, onde participava de um jantar promovido pela Associação de Delegados da Polícia.