Com investimentos em queda no 2º trimestre, recuperação fica distante

Nem mesmo os resultados positivos do mês de julho conseguiram revereter a queda nos investimentos ocorrida em maio – com a greve de caminhoneiros e a crise dos combustíveis – e o indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) encerrou o segundo trimestre com variação negativa de 0,9% sobre o período anterior. Sem investimento, fazer a economia crescer com vigor fica um sonho ainda mais distante. 

desenvolvimento

Em junho, as empresas recuperaram boa parte da queda na capacidade produtiva ocorrida em maio. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) aponta que o FBCF teve alta de 9,4% em junho, na comparação com maio, na série com ajuste sazonal. Em abril, contudo, havia sido registrada queda de 10,4%. O saldo do trimestre, portanto, findou negativo. 

Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador atingiu 5,9%, percentual superior ao de junho de 2017.Por sua vez, na comparação do segundo trimestre deste ano com o mesmo período de 2017, o investimento registrou expansão de 5,1%. Com isso, o crescimento no resultado acumulado em 12 meses ficou em 2,9%.

Mesmo a parte positiva dos dados devem ser analisadas com cautela. Isso porque os resultados não compensam as perdas anteriores. O indicador do Ipea havia computado, por exemplo, 14 trimestres de queda do investimento em relação ao trimestre anterior, entre o 4º trimestre de 2013 e o primeiro trimestre de 2017. Só nos segundo, terceiro e quarto trimestres de 2015, as quedas derrubaram os investimentos, respectivamente, em -8,49%, -3,43% e -4,84%. 

O indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) mede o nível de investimentos no Brasil e é composto pelas compras e importações de máquinas e equipamentos mais investimentos na construção civil e investimentos diversos.

O desempenho da economia depende dos investimentos para crescer. Os resultados ruins, portanto,  desmentem a propaganda falaciosa do governo de “recuperação” da economia.