Líder do Movimento dos Atingidos por Barragens no Pará é assassinada

A liderança comunitária Dilma Ferreira Silva, uma das coordenadoras do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Pará, de 45 anos foi encontrada morta nesta sexta-feira (22) em sua casa em um assentamento na zona rural de Baião, que fica a 60km de Tucuruí (PA) e 446km da capital, Belém. O seu marido Claudionor da Silva, de 42 anos, e Ilton Lopes, 38, também foram encontrados mortos na frente da casa. A Polícia Civil investiga o caso.

Dilmas - Foto: Presidência

Dilma Ferreira Silva foi uma das coordenadoras nacionais do MAB. Em 2011, entregou a então presidenta Dilma Rousseff um documento com reividicações e propostas do movimento. A ativista liderava a comunidade há 30 anos desde que foi desalojada por rompimento de barragem em 1984 na usina Tucuruí, localizada sob o rio Tocantins.

Segundo informações, desde então, o local é conhecido por um histórico de conflitos e tem sido alvo de vários ataques. 

Pelas redes sociais, a direção do MAB anunciou que ainda não sabia ao certo o número de pessoas assassinadas."É mais um momento triste para a história dos atingidos por barragens que o dia de hoje celebravam o dia internacional da água", diz a nota publicada pelo movimento.

O movimento anunciou ainda que "exige das autoridades a apuração rápida deste crime e medidas de segurança para os atingidos por barragens em todo o Brasil".  No Facebook, o MAB faz a denúncia do assassinato de sua coordenadora:


Dilma Rousseff, em comunicado publicado em suas redes sociais, lembrou quando recebeu sua xará Dilma Ferreira Silva em 2011. Para a ex-presidenta ainda que esta morte foi “autorizada pelo discurso de ódio e pela negligência do atual governo”.

Em nota, Dilma disse que é “inaceitável” o assassinato da coordenadora regional do Movimento. "É mais um momento triste na história do MAB, que justamente hoje celebrava o “Dia Internacional da Água”. Como seus militantes dizem, “a água é para a vida, não para a morte!”. Dilma Ferreira Silva e seus familiares são as novas vítimas da violência no campo, autorizada pelo discurso de ódio e pelo descaso do atual governo", concluiu.