China trava desembolso milionário ao país após afirmações de Bolsonaro

Tem custado caro ao Brasil a retórica anti-China feita por Bolsonaro durante as eleições de 2018. Depois dos EUA anunciarem que os chineses se comprometeram em comprar mais de 10 milhões toneladas da soja daquele país em detrimento do agronegócio brasileiro, agora a China travou a liberação de R$ 40 bilhões para financiar uma linha de transmissão de energia de Belo Monte (PA) até o Rio de Janeiro.

Delegação do PSL - Reprodução da Internet

Os recursos são do Fundo de Cooperação Brasil-China para Expansão da Capacidade Produtiva que demorou quase três anos para ser estruturado. O Fundo tem uma lista de obras a receber os aportes.

Segundo reportagem do jornal Valor Econômico desta quinta (7), a lista estava sendo mantida em sigilo, mas foi apurado que o linhão seria o primeiro desembolso inaugural.

O linhão vem sendo financiado pelo BNDES. A obra está orçada em R$ 10 bilhões e a perspectiva era que o Fundo comprasse uma fatia acionária de até 40% no empreendimento, controlado pela chinesa State Grid.

O Valor diz que as declarações de Bolsonaro irritaram os chineses. No segundo turno das eleições passadas, o presidente eleito declarou que os investimentos daquele país no Brasil (US$ 69,2 bilhões – 2003 e 2018) “não está comprando no Brasil, está comprando o Brasil”.

O último entrave foi a reação raivosa da base de Bolsonaro no Congresso com a visita de deputados do PSL à China.

Para resolver os embaraços, os chineses aguardam para saber como ficarão as relações bilaterais com a tentativa do vice-presidente Hamilton Mourão em reativar a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação (Cosban).