Deputado Vicentinho defende boicote à compra de carro da Ford

O deputado federal Vicentinho (PT-SP) defendeu nesta quarta (27) o boicote à compra de carros fabricados pela Ford. Apesar dos incentivos dados por meio da Rota 2030, programa federal que determina regras de fabricação, ele diz que a companhia anuncia o “fechamento por causa do interesse no lucro imediato”.

Por Iram Alfaia
 

Deputado Vicentinho - Gabriel Paiva

“É por isso que os trabalhadores fizeram uma campanha: não compre um Ford até a fábrica decidir ficar em São Bernardo do Campo (SP). Vamos mexer no bolso deles até considerarem que não podem pegar um trabalhador que trabalhou a vida inteira e depois ser jogado fora como bagaço sequer lhe dizendo obrigado”, disse o deputado.

Para resolver o impasse, Vicentinho aposta na reunião da próxima quinta (7) entre os dirigentes do sindicato dos metalúrgicos com os executivos da matriz, em Dearborn, Michigam (EUA)

“Eu já fui quando eu era presidente, na época da Ford Tratores. Revertemos. Conseguimos 15 milhões de novos empregos e um grande acordo na câmara setorial. Tomara que os meus companheiros que hoje dirigem o sindicato consigam reverter! A luta vai continuar até que os trabalhadores tenham paz, tranquilidade e emprego”, diz.

Vicentinho, que participou na última terça (26) da passeata dos trabalhadores, explicou que o fechamento da companhia atingirá diretamente 2.800 famílias e mais 1.700 terceirizados.

“Sem falar dos fornecedores de autopeças, de borracha, de química e de vidro, dos revendedores, do comércio em volta que sobrevive com a Ford, sem falar do prejuízo aos cofres públicos com o fechamento dessa fábrica”, afirmou.

O deputado também fez críticas à política econômica do atual governo. Segundo ele, os números não são favoráveis. O último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou um crescimento do desemprego de 2,7% no último trimestre.

“São 12,7 milhões de desempregados. A tendência é crescer mais ainda. As políticas não estimulam o emprego, reduzem o salário e reduzem direitos”, disse.