Cuba rejeita ataques dos EUA ao referendo constitucional

Cuba reagiu imediatamente às críticas de Michael Pompeo, Secretário de Estado dos EUA, que disse que o referendo constitucional cubano serviu apenas “para fortalecer a ditadura”, classificando o pleito como antidemocrático.

Bruno Rodriguez Cuba

O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, respondeu com ironia: “O povo cubano, livre e soberano, ratificou a Constituição com 87%. O presidente Donald Trump foi eleito com 46% dos votos, 3 milhões a menos do que Hillary Clinton”. Além disso, nesta terça-feira (26) o Ministério das Relações Exteriores cubano divulgou uma nota com sua “rejeição enérgica” às declarações do dirigente estadunidense. Leia a íntegra, abaixo.

Rejeição enérgica do Ministério das Relações Exteriores de Cuba à interferência desrespeitosa do Departamento de Estado

O Ministério das Relações Exteriores da República de Cuba rejeita fortemente a declaração cheia de desrespeito do Departamento de Estado dos Estados Unidos, concedida pelo secretário de Estado Michael Pompeo, no qual se pretende questionar o referendo constitucional livre e soberanamente celebrado pelos cubanos em 24 de fevereiro passado.

O texto da declaração é uma expressão da ideologia imperialista profundamente enraizada na política externa do atual governo dos Estados Unidos. É também um reflexo da pretensão já anunciada de impor novamente no Hemisfério Ocidental a Doutrina Monroe, agora acompanhada pela intolerância macartista.

O povo cubano falou alto e claro em 24 de fevereiro, com forte eloquência. Apostou livremente nas urnas a favor da construção do socialismo e fez isso em massa, para expressar sua vontade, apesar da campanha perniciosa do governo dos Estados Unidos que visava influenciar o voto. Há muito tempo, os cubanos cortaram qualquer reivindicação norte-americana de governar o destino de nosso país.

O Departamento de Estado deve cessar a prática de interferir nos assuntos internos de outros Estados e interferir nos processos eleitorais ou de voto de outras nações. É uma mania contrária ao direito internacional, com o qual o governo dos Estados Unidos desafia as regras que governam as relações entre Estados soberanos.

Havana, 26 de fevereiro de 2019