Legado do golpe: desemprego bate recorde em 7 estados e 13 capitais

Os números finais do governo Michel Temer, encerrado 31 de dezembro, comprovam que o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff não deu fim à crise econômica do País. Conforma a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta sexta-feira (22) pelo IBGE, o desemprego no Brasil, ao final de 2018, foi o maior dos últimos sete anos em 13 capitais e em sete estados. A taxa também avançou em oito regiões metropolitanas.

Desemprego por estados - IBGE

Na média nacional, a taxa de desocupação foi de 12,7% em 2017 para 12,3% no ano passado. Mas, algumas regiões, o desemprego cresceu. Sudeste e Nordeste apresentaram as maiores altas no ano passado, na comparação com 2017. Já o Sul teve a menor taxa, seguido pelo Centro-Oeste.

O Sudeste foi a região com maior proporção de capitais com recorde de desemprego em 2018, com altas registradas em Vitória (12,5%), Rio de Janeiro (12,6%) e São Paulo (14,2%). Metade das capitais do Norte e dois terços das do Nordeste estão nessa situação. Apenas no Centro-Oeste nenhuma capital apresentou alta na taxa de desocupação.

“Percebe-se que o problema é mais forte nos grandes centros urbanos, acompanhando as maiores concentrações da população. É um desemprego metropolitano, bem maior do que no interior do país”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Estados

Quando a análise é feita pelas unidades federativas, as taxas de desemprego em sete estados não só cresceram de 2017 para 2018 como também foram as maiores da série histórica, iniciada em 2012. Há mais desocupados hoje em Roraima (foi de 9,9% para 12,3%), Maranhão (de 14,3% para 14,4%), Rio de Janeiro (de 14,9% em 2017 para 15% em 2018), Sergipe (de 14,3% para 16,6%), Alagoas (de 16,7% para 17%) e Amapá (de 17,8% para 20,2%).

O caso amapaense é o mais sensível. Além de registrar a maior alta de 2017 para 2018, junto a Roraima, o estado teve a maior taxa de desemprego do ano passado.

Ainda segundo o IBGE, do terceiro para o quarto trimestre de 2018, a taxa caiu em apenas seis das 27 unidades da federação. O desemprego subiu na Bahia (de 16,2% para 17,4%) e se manteve estatisticamente estável em outras 20 unidades da federação.

Mesmo nos estados em que a desocupação caiu entre 2017 e 2018, a situação não melhorou no longo prazo. “Observamos que nenhuma capital ou região metropolitana teve redução na desocupação entre 2014 e 2018. Ao contrário, há aumentos bastante expressivos no período”, explica Cimar, do IBGE.

Para o pesquisador, outro sintoma do problema é a carteira de trabalho, que sofreu queda em todos os estados entre 2017 e 2018. Na comparação mais longa, desde 2014 as quedas são ainda mais expressivas. “Isso revela a qualidade do emprego sendo gerado nos últimos anos. Com a redução da carteira de trabalho e o aumento da informalidade, a contribuição para a Previdência também cai, o que cria problemas mais à frente.”

Da Redação, com IBGE e agências