Manifestantes protestam em frente à Vale; número de mortos chega a 115

 Um grupo de 80 pessoas protestou nesta sexta-feira (1/2) em frente à sede da mineradora Vale, na Praia de Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro (RJ). Foi o segundo ato apenas nesta semana.

Manifestação contra a Vale - Agência Brasil

 Os manifestantes reclamam do desastre com o rompimento na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG). Eles protestam contra o número de mortos, que chega a 115, e de desaparecidos, que atinge 248.

Os manifestantes desceram na Estação Flamengo do Metrô e seguiram em passeata até o edifício-sede da empresa, interditando uma das faixas da Praia de Botafogo. Caracterizados de mineradores, com o uniforme e capacete da Vale, e sujos de lama, eles levaram faixas e cartazes.

Os manifestantes acenderam velas em frente à sede da mineradora em homenagem às vítimas. Em uma das faixas se lia: “Quanto Vale a vida? Vale nada”. Outros carregavam quadros emoldurados com as notícias da última semana, que descreviam a tragédia.

Um padre e dois pastores evangélicos também compareceram à manifestação. Foram chamados também líderes de religiões de matriz africana, que não puderam comparecer.

Mortes

Também nesta sexta-feira, a Defesa Civil de Minas Gerais informou que aumentou o número de mortos e desaparecidos entre as vítimas do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte. O balanço revelou 115 mortos, 248 desaparecidos e 395 localizados. Dos mortos, 71 foram identificados.

Segundo a Defesa Civil, aumentou o número de desaparecidos a partir de informações transmitidas ao serviço de ouvidoria da empresa Vale. Por isso, foram incluídos mais dez nomes na relação de desaparecidos.

O porta-voz do Corpo de Bombeiros, Pedro Aihara, avaliou que o ritmo de identificação dos corpos deve diminuir. Segundo ele, o trabalho fica mais complexo por se tratar de vestígios de mais difícil acesso abaixo da lama. “Agora os trabalhos são mais delicados, de escavação. É necessário fazer toda a nivelação do solo. E mesmo com o corpo encontrado, por conta da decomposição é necessário um trabalho minucioso”, explicou.

Ele comentou que os bombeiros não podem eliminar a chance de encontrar pessoas com vida, mas que, diante das dimensões do desastre, a possibilidade de isso ocorrer é “pequena”. Aihara não deu previsão de até quando os trabalhos de busca devem continuar. No caso de vítimas posicionadas dentro de estruturas, exemplificou, o raio de procura seria menor. Já aquelas pessoas que estavam no campo aberto podem ter sido projetadas para distâncias maiores.

Da Redação, com informações da Agência Brasil