Papa Francisco e Mahmoud Abbas debatem sobre o status de Jerusalém

O Vaticano expressou preocupação a respeito do status de Jerusalém nesta segunda-feira (3), quando o papa Francisco e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, fizeram sua primeira reunião desde que os Estados Unidos provocaram apreensão internacional transferindo sua embaixada para esta cidade.

Papa Francisco Mahmoud Abbas - Foto: Andrew Medichini

“Uma atenção particular foi reservada para o status de Jerusalém, sublinhando a importância de reconhecer e preservar sua identidade e o valor universal da cidade sagrada para as três religiões abraâmicas”, disse um comunicado do Vaticano, referindo-se ao cristianismo, ao judaísmo e ao islamismo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, revoltou o mundo árabe no ano passado ao reverter uma diretriz de décadas reconhecendo Jerusalém como a capital de Israel e instalando ali a embaixada de Washington, que foi inaugurada em maio.

Contando com amplo respaldo internacional, os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado independente, enquanto Israel vê a totalidade da cidade como sua capital “eterna e indivisível”.

No ano passado o Vaticano demonstrou preocupação com a medida de Trump, dizendo que o “status quo” da cidade deveria ser respeitado. Francisco pediu que todos obedeçam as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito de Jerusalém.

A agência de notícias oficial palestina Wafa relatou que Abbas inteirou o papa “das implicações da decisão dos EUA”. Quando deixava a biblioteca, Abbas disse ao papa: “Estamos contando com você” – mas não ficou claro ao que se referia.

O Vaticano apoia uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestino, por meio da qual os dois lados combinariam o status de Jerusalém como parte do processo de paz. O comunicado informou que Abbas e Francisco também debateram esforços para retomar o processo de paz israelo-palestino e que torcem por “um comprometimento renovado da parte da comunidade internacional para alcançar as aspirações legítimas dos dois povos”.