Governo colombiano reprime com violência manifestações estudantis

Organizações sociais na Colômbia denunciaram, na última quinta-feira (8), a repressão contra estudantes colombianos que se manifestavam em diversas regiões do país para exigir que o governo do presidente Iván Duque aumente o orçamento destinado ao funcionamento das universidades públicas do país e contra a aplicação do Imposto de Valor Agregado (IVA) nos produtos da cesta básica.

Manifestação estudantil na Colômbia - Divulgação

“Neste momento, nos encontramos em um estado de sequestro pela Policia Metropolitana de Bucaramanga”, afirmou uma das defensoras dos direitos humanos que foi agredida durante uma manifestação organizada na Universidade Industrial de Santander, localizada na região nordeste do país.

Durante a jornada de protestos, foram registrados uma prisão de um estudante e diversos feridos com balas de borracha e gases lacrimogêneos utilizados pela polícia durante a repressão.

Luis Fernando Castillo Narváez, jornalista do Colombia Informa, afirmou ter sido agredido durante a cobertura sobre a mobilização estudantil em uma ocupação instalada há vários dias em uma praça na cidade de Popayán, capital do departamento do Cauca, oeste do país.

A educação superior na Colômbia apresenta um déficit há 25 anos, que corresponde a cerca de 1 bilhão de dólares no orçamento para seu funcionamento. Segundo especialistas, as universidades públicas necessitam, além disso, 4,5 bilhões de dólares para investimento em infraestrutura.

O orçamento destinado às universidades públicas colombianas é considerado insuficiente pela comunidade estudantil colombiana, que organiza esta série de protestos para exigir que o presidente, Iván Duque, do Centro Democrático, partido de extrema direita, reconheça este déficit e receba os representantes estudantis para ouvir suas reivindicações.

Além de um aumento no orçamento para a educação pública superior para o próximo ano, a Lei de Financiamento também foi um dos motivos para as mobilizações que ocorreram em mais de 32 cidades do país.

Esta lei estabelece a aplicação de uma tarifa de 18% do Imposto de Valor Agregado (IVA) nos alimentos da cesta básica, o que representará uma redução na aquisição de alimentos das famílias devido ao aumento do custo dos produtos e serviços básicos.

Espera-se que, nesta sexta-feira (9), diferentes sindicatos se reúnam para organizar uma greve nacional caso o governo não cumpra com as exigências.