Casa da Mulher Brasileira acompanha caso de estupro em Fortaleza

O caso de estupro com denúncia de motivação política envolvendo uma aluna da Unifor, em Fortaleza, segue indignando todos aqueles que defendem a democracia.

unifor protesto - Marisa Tavares

A Casa da Mulher Brasileira confirma o caso e tem acompanhado de perto a vítima. Daciane Barbosa, coordenadora do equipamento que cuida de mulher vítimas de violência na capital cearense, confirma a veracidade do fato. Segundo ela, a jovem procurou a instituição pela primeira vez na terça-feira (23), apresentando uma denúncia de injúria racial. “Apesar de este crime não estar enquadrado na Lei Maria da Penha, ela foi atendida e encaminhada para outras entidades, com a confirmação de um boletim de ocorrência e acompanhamento psicológico. Segundo a vítima, ela sofria ataques preconceituosos e ofensas de ‘macaca’, dentre outros. Nos diálogos, o agressor afirmava que ‘caso o capitão ganhasse, ela e todos da mesma raça dela seriam expulsos da Unifor’”.

Apesar de resguardada, Daciane lamenta que a universitária tenha voltado na quinta-feira (25), desta vez com a denúncia de estupro. “Ela veio aqui, foi acolhida pelo setor de atendimento psicossocial, prestou depoimento na Delegacia da Mulher, fez exame de corpo de delito e em seguida foi encaminhada para a rede de saúde pública para a profilaxia pós-estupro. Estamos acompanhando de perto este caso”, reitera.

Daciane lamenta e se diz “angustiada” com o avanço da violência contra a mulher. “O estupro é um crime aterrorizante, principalmente sendo praticado em função de uma concepção política divergente que se instala em grupos no país”, acrescenta. Em pouco mais e três meses de inaugurada, a Casa da Mulher Brasileira já atendeu quase quatro mil mulheres vítimas de violência no Ceará.

Apoio e solidariedade

A rede de apoio e manifestações de indignação têm se espalhado nas redes sociais. São inúmeras as postagens que fazem referência ao caso. A socióloga Nágyla Drumond é uma das pessoas que usou sua conta no Facebook para se manifestar. “Hoje eu querida cuidar da estudante que foi estuprada. Cuidar como se cuida de uma filha. Enxugar suas lágrimas, dizer a ela que tudo vai passar e que ela voltará a sorrir novamente.

Passar a mão em seus cabelos, abraçá-la forte pra que ela saiba que somos milhões e que estamos ao lado dela, da verdade, da democracia. Que estamos em luta contra a tirania fascista e misógina que faz dos nossos corpos, seu primeiro alvo. Queria mesmo protegê-la e dizer que, nunca mais, nada de mal irá acontecer. Nunca mais. Mas a única coisa que posso prometer é que lutarei até o fim em defesa do Brasil, da democracia e do direito de garantirmos nossas liberdades democráticas com unhas e dentes”, ratificou.