Sob protestos, deputados da Argentina aprovam Orçamento para 2019

Após 18 horas de sessão e protestos em frente ao Congresso, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou na madrugada desta quarta-feira (24) o Orçamento para 2019 proposto pelo governo.

Maurício Macri - Divulgação

Por 138 votos a favor, 103 contra e 8 abstenções, a nova lei orçamentária depende agora da aprovação do Senado.

O texto inclui forte redução de gastos públicos na dependência de alcançar a meta de déficit fiscal definido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), impostas ao país após o empréstimo concedido.

Segundo o novo orçamento, proposto pelo governo de Mauricio Macri, é necessário um corte de 30% nos investimentos em obras públicas e um ajuste rigoroso nas contas do governo para reduzir a zero o déficit fiscal primário da Argentina.

As metas fazem parte do acordo concluído com o Fundo Monetário Internacional, que assegura um auxílio financeiro para a Argentina de 57,1 bilhões de dólares até o primeiro trimestre de 2020.

Pela proposta do governo, a inflação projetada para 2019 deve ficar em torno de 23% e o dólar a $ 40,10 (pesos argentinos).

A Argentina passa por uma crise econômica com desvalorização da moeda e inflação projetada de mais de 40% para este ano, além da previsão de queda da atividade econômica de 2,6%.

Em agosto, O Banco Central do país (BCRA) elevou a taxa básica de juros de 45% para 60% na tentativa de segurar a alta do dólar. Em um ano, peso sofreu desvalorização de quase 100% frente ao dólar.

Protestos

Durante a votação, milhares de pessoas protestaram em frente ao Congresso Nacional da Argentina contra as medidas de austeridade impostas pelo governo e pelo FMI.

Segundo o jornal argentino Página 12, 30 pessoas foram presas pela polícia de Buenos Aires que reprimiu fortemente os manifestantes.

Estavam presentes no ato centrais sindicais, organizações de direitos humanos, além de parlamentares de oposição.

Ainda nesta madrugada, centenas de militantes foram até a 43ª Delegacia de Buenos Aires para pedir a liberação dos detidos durante os protestos, que foram soltos por volta das 2 horas da manhã.