Em outro vídeo, Eduardo Bolsonaro fala em 'não se dobrar' ao STF

Diferentemente do que disse o vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB), a declaração de Eduardo Bolsonaro sobre fechar o Supremo Tribunal Federal não foi apenas um "arroubo juvenil", como tentou minimizar. Em outra ocasião, desta vez numa sessão da Câmara dos Deputados, o filhote de Bolsonaro voltou a atacar o Supremo.

Eduardo Bolsonaro , filho de Jair Bolsonaro deputado por São Paulo - Fábio Rodrigues Pozzebon/Agência Brasil

Para criticar a esquerda e o candidato do PT, Bolsonaro e seus aliados gostam de dizer que as críticas feitas contra condenações sem provas por parte do campo progressista é uma afronta ao Poder Judiciário. O que dirão das declarações de Eduardo Bolsonaro , que em discurso na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática no dia 12 de Julho, disse que o “juiz acha que tem o rei na barriga e o ministro da Suprema Corte tem certeza que tem o rei na barriga”.

Ele disse ainda que, se chegarem ao poder, não pretende “se dobrar” às decisões do Supremo Tribunal Federal. “Caso o próximo presidente venha tomar medidas e aprovar projetos que sejam contrários ao gosto desse STF, eles vão declarar inconstitucional. E, aqui, a gente não vai se dobrar a eles não”, disse.

Imaginem o Lula ou a presidenta Dilma propondo aumentar o número de ministro do STF em 12, sendo todos escolhidos pelo mesmo presidente? A grita seria enorme. Mas o filhote de Bosonaro fez essa proposta na pré-campanha defendendo a ideia do pai. “Eu apoio a ideia de Jair Bolsonaro de aumentar o número de ministros do STF, para tentar equilibrar o jogo”, disse.

As declarações na Câmara só reafirmam a lógica do pensamento dos Bolsonaro. Em palestra, pouco antes do primeiro turno, Eduardo afirmou que se o STF impugnar a candidatura do pai “terá que pagar para ver o que acontece".

"Será que eles vão ter essa força mesmo? Se quiser fechar o STF você não manda nem um Jipe, manda um soldado e um cabo”, disse ele no vídeo que viralizou, provocando a reação de ministros do STF.