Bolsonaro não pode se eleger com base na fraude, diz Bresser

Em texto publicado na sua mpágina pessoal no Facebook, o economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira afirma que a vantagem do candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) nas pesquisas de intenção de voto é "com base na fraude". Ele cita reportagem da Folha de S. Paulo sobre compra ilegal de pacotes de emissão de mensagens por Whatsapp para afirmar que a campanha do militar da reserva "é fraudulenta".   

Bolsonaro e mentira do kit gay - Reprodução

No texto intitulado "É fraude, simplesmente fraude", Bresser afirma que "estava enganado" ao achar que o êxito da campanha de Bolsonaro apoiada no uso das redes sociais devia-se à competência de sua comunicação. 

"Hoje, lendo a Folha de S. Paulo, ficou claríssimo que a campanha de Bolsonaro é fraudulenta", escreve.  A manchete da primeira página do jornal informa: “Empresas bancam disparos anti-PT nas redes”, uma prática ilegal porque as empresas estão proibidas de financiar candidatos.

"Mas qual o conteúdo das mensagens? A manchete da página 6 do grande jornal informa: 'Só 4 das 50 imagens mais replicadas em WhatsApp são verdadeiras, diz estudo' – estudo da USP, da UFMG e da Agência Lupa. E na página 2, nos editoriais assinados, o jornalista Roberto Dias, escreve um notável artigo sobre 'o submundo do WhatsApp'. Diz ele que a discussão que deveria importar ao poder Judiciário é essa'", aponta o economista.

No artigo mencionado por ele, Dias lembra que três pessoas presidiram o Tribunal Superior Eleitoral neste ciclo: Gilmar Mendes, Luiz Fux e Rosa Weber. "Nenhum teve coragem de agir contra as fake news”, critica o articulista.

"Agir como? Regulando esse aplicativo, acabando com o anonimato criminoso das mensagens. Mas essa é uma medida sem aplicação completa. Há, porém, algo que pode ser feito imediatamente. Completa o jornalista: “Quem publica ‘desinformação’ num meio de comunicação de larga escala como é o caso, deve ter responsabilidade jurídica sobre o que diz'", reproduz o ex-ministro.

Ao final da postagem, Brasser conclui: "Definitivamente não é razoável que um candidato se eleja com base na fraude, e nada seja feito para impedi-lo".