EUA temem pelas sanções com reaproximação entre Coreias

As Coreias concordaram nesta segunda-feira (15) em começar a reconectar ligações ferroviárias e rodoviárias, em mais um passo na melhoria de relacionamento que os Estados Unidos temem enfraquecer suas sanções

Encontro entre Kim Jong-un e Moon Jae-in - Divulgação/Korea.net

O acordo sobre as conexões de transporte surgiu durante conversas ocorridas no vilarejo fronteiriço de Panmunjom que visam capitalizar a cúpula realizada entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un, no mês passado, a terceira cúpula entre os dos líderes neste ano.

“O Sul e o Norte chegaram a um acordo depois de debaterem sinceramente planos de ação para levar as relações intercoreanas a um patamar novo e mais elevado”, informou um comunicado conjunto divulgado pelo Ministério da Unificação sul-coreano.

Os dois lados combinaram realizar cerimônias no final de novembro ou início de dezembro para inaugurar os trabalhos de religação das ferrovias e estradas que estão desconectadas desde a Guerra da Coreia de 1950-53. As partes farão estudos de campo conjuntos sobre os planos de transporte a partir do final deste mês, segundo o comunicado.

Elas também concordaram em debater até o final deste mês o plano de uma candidatura conjunta para a Olimpíada de 2032 e em estudar em novembro maneiras de retomar teleconferências pela internet e conversas por vídeo de famílias separadas pela guerra. Autoridades militares dos dois lados devem se reunir “no futuro próximo” para acertar os passos subsequentes de um pacto militar combinado na cúpula do mês passado.

O acordo inclui o restabelecimento de uma missão militar conjunta, a suspensão de exercícios militares, uma zona de exclusão aérea próxima da fronteira e a remoção gradual de minas terrestres e de postos de guarda da Zona Desmilitarizada (DMZ). No dia 22 de outubro também haverá reuniões sobre o reflorestamento, e sobre a saúde e a prevenção de doenças no final de outubro em um escritório de ligação conjunto inaugurado no mês passado em Kaesong, cidade da fronteira norte-coreana.

Os esforços de reaproximação entre as Coreias vêm ocorrendo após ambos os líderes assinarem um acordo para promover a paz entre os países que nunca deixaram de estar em guerra. 

Em junho Kim se reuniu com o presidente dos EUA, Donald Trump (após alguns atritos), em uma cúpula inédita em Cingapura, e as duas partes estão preparando uma segunda reunião, que provavelmente acontecerá após as eleições norte-americanas de novembro.

Nas últimas reuniões com Moon, Kim afirmou estar comprometido a desmilitarizar a península coreana, desde que os EUA cumpram com sua parte do acordo, que inclui reconhecer e assegurar o governo norte-coreano, acabar com manobras militares na região e por fim às sanções. 

Pelo Twitter, Donald Trump disse estar satisfeito com o diálogo entre as Coreias e entre Washington e Pyongyang, mas não anulou as sanções, pelo contrário, renovou-as.