Haddad: Não é possível construir uma nação sem professores

O presidenciável, Fernando Haddad (PT), destacou nesta segunda a importância do professor na construção de um país. Haddad, que já foi ministro da Educação, disse que o educador deve ser generoso com todos, independente de seu gênero, cor ou religião e traçando um paralelo com a democracia: “um chefe de Estado não pode olhar cor e gênero, ele tem que abraçar todas as pessoas e cuidar daqueles que estão em uma situação de maior preocupação, assim como em uma sala de aula”.

Por Verônica Lugarini

Fernando Haddad - Rovena Rosa/Agência Brasil

Nesta segunda-feira (15), Dia dos Professores, Haddad concedeu entrevista à Rádio Metrópole (BA) e falou sobre o papel dos educadores no país. O candidato é professor por formação e acompanhou de perto a área da educação quando foi ministro da pasta durante o governo Lula, entre 2001 e 2010.

Durante seu período como ministro da Educação, Haddad ampliou o número de vagas nas universidades, desenvolveu o ProUni, implementou o Enem e posteriormente do Sisu. Nesses 10 anos, o crescimento no número de matrículas no ensino superior foi de 110%.

“Acredito que eu tenha sido o ministro que mais ampliou as oportunidades educacionais da história desse país, abri as portas da universidade para os jovens trabalhadores e abri as portas das creches para as mães com filhos pequenos. Tudo melhorou no meu período à frente do Ministério da Educação. Se fiz isso como ministro, como presidente farei mais ainda porque estarei à frente do governo e de um governo que terá que ser o mais amplo possível para reunir os brasileiros que estão hoje muito divididos e não podem permanecer com esse grau de divisão”, disse o candidato em entrevista à rádio Metrópole.

Especificamente sobre o papel do educador, Haddad falou que “o professor tem que ser generoso com todo mundo porque quando você entra em uma sala de aula, você não pergunta se o sujeito é corintiano, se torce para o Bahia, é muçulmano ou evangélico, ateu, cristão ou judeu, se é preto ou é branco. Você se doa para que as pessoas aprendam e se desenvolvam", afirmou.
Haddad fez ainda um paralelo com a política democrática e o papel do governante que venha a assumir o poder.

“Na democracia um chefe de Estado não pode olhar cor e gênero, ele tem que abraçar todas as pessoas e cuidar daqueles que estão em uma situação de maior preocupação. Assim como em uma sala de aula, você dá atenção para aquele aluno que não está acompanhando justamente para que ele não fique para trás. Então os mais pobres, aqueles que estão desempregados e desalentados… esses são os primeiros que precisam receber atenção do nosso governo a partir do ano que vem, independentemente de crença e de cor de pele, para que todo brasileiro possa avançar”.

“Quando você chega a primeiro mandatário da república, você tem que representar o todo, você não pode representar parte, você tem que fazer uma coisa mais ampla possível e você tem que dialogar muito até com a oposição para aprovar leis benéficas para toda a população”, finalizou.