Haddad defende projeto em sintonia com Agenda das centrais sindicais

A rejeição nas urnas de candidatos pró-reforma trabalhista e que compuseram a base de Michel Temer pode ser um elemento decisivo no segundo turno das eleições presidenciais entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). A promessa de revogar leis que retiraram direitos dos trabalhadores e enfraqueceram os sindicatos aproxima o programa do petista das pautas defendidas pelas centrais sindicais nestas eleições.

Por Railídia Carvalho

protesto 10 de novembro 2017 centrais contra reforma trabalhista - Tiago Macambira

No primeiro turno, Bolsonaro não obteve apoio de nenhuma central sindical. As organizações se dividiram entre as candidaturas de Haddad e do pedetista Ciro Gomes. Bolsonaro, que apoiou na Câmara Federal todas as medidas do governo Temer contra os trabalhadores, foi considerado um algoz dos direitos trabalhistas e pelo enfraquecimento dos sindicatos.

“Haddad tem um projeto de desenvolvimento para o país. Bolsonaro não tem projeto. Ele diz que vai vender o Brasil para pagar a dívida pública. Sugere uma carteira verde e amarela em que o trabalhador vai negociar direto com o empregador em explícita desvantagem”, declarou ao Portal Vermelho Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo.

De acordo com o dirigente, o programa de Fernando Haddad e Manuela d’Ávila é aquele que está em sintonia com a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, documento elaborado em junho pelas sete centrais sindicais brasileiras com 22 alternativas para o país retomar o caminho do crescimento com valorização do trabalho e da renda.

“É na candidatura de Haddad e Manuela que conseguimos a literal compreensão da Agenda da Classe Trabalhadora. É essa a chapa que tem o compromisso de responder aos gargalos estruturais do país com política de geração de emprego e renda, uma política de juros, retomada das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e uma reforma tributária progressiva”, argumentou Adilson.

Nesta terça-feira (9) as centrais sindicais se reúnem em São Paulo para debater o apoio unitário a Fernando Haddad. Adilson lembrou que a maturidade das centrais sindicais brasileiras levou a momentos importantes de unidade.

“Fizemos a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) em 2010, em 2017 a maior greve da história, manifestações por todo o pais contra as reformas de Temer. O Ocupe Brasília que levou à retirada da puta da reforma da previdência. Agora ou apostamos na alternativa democrática ou na barbárie”, enfatizou Adilson.