Apoio à reforma trabalhista é trunfo contra reeleição de deputados

A reforma trabalhista foi apoiada especialmente pelos partidos MDB, PSDB, PP, DEM e PSL e aprovada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal se tornando a Lei 13.467/2017. Em dez meses de vigência, a reforma agravou o desemprego, reduziu salários, retirou a proteção social e deu vantagens ilimitadas aos patrões, denunciam sindicalistas. Saber como votou cada parlamentar na reforma trabalhista é critério importante nestas eleições.

Por Railídia Carvalho

reforma trabalhista aumentou desemprego - Montagem com fotos da Agência Brasil e Bobby Fabisak/JC Imagem

Segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), 407 deputados federais tentarão a reeleição. De acordo com o órgão, 75% deles deve se reeleger, entre eles os 296 deputados e deputadas que votaram a favor da reforma trabalhista. Há ainda os cerca de 40 que tentarão uma vaga no Senado.

“Dos 513 deputados, mais de 400 são bancados pelos empresários que elaboraram propostas como a reforma Trabalhista, que foi construída pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outras entidades classistas empresariais e entregue ao governo seis meses antes de ser votada”, lembrou em entrevista publicada no site da CUT, o presidente da entidade, Vagner Freitas.

O dirigente defende a importância de retomar o protagonismo da frente sindical que nas eleições de 2014 diminuiu de 83 para 46 parlamentares. “Temos bravos companheiros que nos representam no Congresso e lutam muito para que os direitos dos trabalhadores não sejam retirados. Mas é preciso, urgentemente, ampliar a bancada sindical e reforçar a nossa luta nesses espaços de poder e tomada de decisão”.

Para denunciar parlamentares que votaram contra os trabalhadores, a CUT criou a página “votou, não volta” com matérias especiais por estado nomeando os parlamentares que votaram a favor da reforma trabalhista. Clique AQUI para acessar deputados por Estado.
Câmara: Predomínio de ruralistas, empresários e religiosos

Em diversos estados do Brasil os deputados que aprovaram a reforma trabalhista são conhecidos da população e neste domingo tentam se reeleger. Entre eles Rodrigo Maia (DEM), no Rio de Janeiro; Celso Russomano (PRB), Pastor Marco Feliciano (PODE) e Eduardo Bolsonaro (PSL) em São Paulo; Arthur Lira (PP), em Alagoas; Laércio Oliveira (PP), em Sergipe; Elcione Barbalho no Pará.

Neuriberg Dias, analista político do Diap, avalia que a atual movimentação dos deputados em busca da reeleição, o que vai preservar a atual composição de bancadas da bala, religiosa e rural, pode levar a um Congresso ainda mais conservador que o atual. Em entrevista ao Valor Econômico ele afirmou que o perfil da Câmara e do Senado deverá ser mantido e que poderá haver retrocesso na representação que não será favorável aos trabalhadores.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, reforçou o voto em candidatos “progressistas e democráticos” em artigo publicado nesta sexta-feira (5). Na opinião dele é preciso sensibilidade social e vontade política para “colocar o pais nos trilhos”. Entre outros itens o dirigente defendeu que para que isso aconteça é preciso gerar empregos de qualidade e garantir os direitos da classe trabalhadora.

Clique AQUI e acesse levantamento do Diap com os nomes e partidos que votaram a favor da reforma trabalhista