Lava Jato volta a interferir na eleição e pede nova condenação de Lula

Em mais uma tentativa de interferir no processo eleitoral, os procuradores da força tarefa da Laa Jato de Curitiba apresentaram nesta quinta-feira (4), a três dias da eleição, novo pedido de condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação que trata sobre o Instituto Lula.

(Foto: Rodrigo Félix Leal/Futura Press

Na segunda (1º/10), o juiz Sergio Moro da 13ª Vara Federal de Curitiba, quebrou o sigilo de uma suposta delação premiada de Antonio Palocci que sequer havia sido aceita por falta de provas.

Agora, o MPF segue o roteiro para servir de munição para a grandé mídia e utilizando o sistema "não temos provas, mas temos convicção". Trata-se de um apartamento em São Bernardo do Campo, que fica ao lado da residência de Lula que os promotores dizem ser de propriedade de Lula, ao estilo do que foi feito no caso do tríplex do Guarujá.

O MPF pede que também sejam condenados o advogado de Lula, Roberto Teixeira, que teve o seu escritório e sigilo telefônico violados durante as investigações..

A notícia sobre o novo pedido de condenação não traz nenhum elemento de prova e segue o mesmo modelo que levou Moro a condenar Lula no caso do tríplex do Guarujá, em que mesmo não sendo dono do apartamento o ex-presidente é condenado. Mas se não é dono do imóel, como pode ter recebido o mesmo como propina?

Segundo os procuradores, a Odebrecht mandou comprar o imóvel para repassar a Lula, o que efetivamente não fez. A defesa do ex-presidente, no entanto, aponta que o MPF não conseguiu traçar o mínimo de indício para dar prosseguimento a acusaão, por exemplo, o "caminho do dinheiro" desde os contratos entre a Petrobras e a Odebrecht até a compra do apartamento.

Isso porque para caracterizar o crime de corrupção exige que se demonstre qual ato específico do ex-presidente foi remunerado pela Odebrecht, o que o MPF não conseguiu apontar nem agora, no caso do Instituto Lula, nem no caso do tríplex em que o próprio Moro admitoi condenar, mas não ter provas de tal rastro da propina.

Perícias contestam delatores

Além disso, a defesa apresentou várias perícias técnicas no processo, demonstrando que a documentação entregue pela Odebrecht foram adulteradas. Posteriormente, laudo da Polícia Federal confirmaram o que apontou os peritos contratos pela defesa do ex-presidente de que os documentos apresentados pela pela empreiteira à Justiça foram fraudados para passar como provas de repasses de propinas a políticos registrados no Drousys, o sistema de contabilidade paralela da Odebrecht.

A PF entregou o laudo da perícia feita nos sistemas. O documento de 321 páginas destacam que, de acordo com os seis peritos que analisaram o sistema, 842 arquivos foram identificados como "uma espécie de não conformidade", ou seja, fraudados.

Ainda segundo o lado, os sistemas da empreiteira possuem finalidades distintas: o primeiro é um sistema de acesso remoto, contendo diversas funcionalidades. O segundo, dizem os peritos, é um sistema de Informação utilizado nas funções contábeis e financeiras.

Peritos contratados pela defesa do ex-presidente Lula já haviam denunciada a fraude. Mesmo sem ter acesso ao sistema, os peritos, identificaram adulterações grosseiras, como alguns extratos com marcas de montagem ou enxerto, além da inconsistências em datas de transações e em assinaturas.

A perícia contratada pela defesa foi a mesma que atestou a validade dos recibos apresentados por Lula como prova de que ele pagou o aluguel do local e que, posteriormente, foram reconhecidos pelo juiz Sergio Moro como verdadeiros, derrubando a tese do MPF de que os documentos apresentados eram falsos, sem sequer ter periciado os mesmos.

Agora, a partir da apresentação formal do MPF, o juiz Moro abrirá o prazo para a defesa do ex-presidente apresentar suas alegações finais.