Macron perde terceiro ministro em um mês

O Presidente francês, Emmanuel Macron, aceitou a demissão do seu ministro do Interior, Gérard Collomb, depois de tê-la rejeitado semana passada. Collomb é terceiro ministro que se demite do governo de Macron

Emmanuel Macron

Collomb, de 71 anos e antigo dirigente do Partido Socialista, foi um dos primeiros apoiantes de Macron. No entanto, no início da semana revelou ao jornal Le Figaro que tinha apresentado a sua demissão para poder se candidatar à câmara de Lyon, sua cidade natal.

“O povo francês e o povo de Lyon necessitam de clareza, por isso mantenho a minha oferta de resignação”, disse na segunda-feira (1). Seus primeiros pedidos haviam sido rejeitados por Macron.

De acordo com a imprensa francesa, a relação entre o ministro do Interior e o presidente há muito que não vivia dias fáceis, tendo-se deteriorado com o caso de Alexandre Benalla, segurança de Macron que foi filmado agredindo violentamente um manifestante nos protestos do dia 1º de maio, dia do trabalho, em que milhares de franceses foram às ruas contra a administração de Macron – que defende privatizações e flexibilização do trabalho.

Na terça-feira (2), Macron aceitou a demissão do seu ministro. O primeiro-ministro, Edouard Philippe, que cancelou uma visita à África do Sul, vai gerenciar a pasta do Interior enquanto não se encontra um substituto para Collomb.

Os comentários de Collomb durante os últimos dias foram vistos como um desafio à autoridade de Macron. Já no final de agosto, Nicolas Hulot, o popular ministro do Meio-Ambiente, pediu demissão em uma entrevista na rádio.

Em seguida, Laura Flessel, ministra dos Esportes, também pediu demissão, alegando motivos pessoais.

Nas últimas semanas Collomb já tinha feito algumas críticas públicas a Macron, falando da “falta de humildade” do presidente. “Muito poucos de nós ainda consegue falar [com Macron]”, disse o ex-ministro, segundo cita a mídia francesa. “Em breve ele vai poder deixar de me aturar. Mas se todos nos curvarmos perante a ele, ele vai acabar isolado", teria dito.

A popularidade de Macron tem se encontrado em queda constante, ao passo em que o presidente francês perde o seu terceiro ministro em menos de dois meses.