Maduro afirma que Venezuela está disposta a conversar com Trump

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, discursou na noite desta quarta-feira (26) na 73ª Assembleia Geral da ONU. Durante sua intervenção, pediu que o órgão faça uma investigação independente sobre a tentativa frustrada de atentado contra ele, ocorrida no começo de agosto, e se disse disposto a conversar com o mandatário norte-americano, Donald Trump.

Nicolás Maduro na ONU - Divulgação

“Quero pedir ao Sistema das Nações Unidas que nomeie um delegado especial, que conduza uma investigação independente, de caráter internacional do atentado que ocorreu em nosso país”, disse.

Maduro voltou a apontar pessoas na Colômbia e Estados Unidos como envolvidos no ataque. “Todas as investigações conduzem ao fato de que o atentado terrorista foi preparado, foi financiado desde o território dos Estados Unidos. Todas as investigações indicam que os autores materiais foram treinados em solo colombiano”, afirmou.

Trump

O presidente venezuelano disse, durante seu discurso, que está disposto a dialogar com Donald Trump, que havia ocupado a mesma tribuna no dia anterior.

“Ratifico desde esta tribuna, apesar das imensas diferenças que podem ser consideradas abismais, apesar das imensas diferenças históricas, sociais – sou um operário, um motorista de ônibus, não um magnata – o presidente da Venezuela estaria disposto a apertar as mãos do presidente dos Estados Unidos, a dialogar sobre os assuntos bilaterais”, disse.

“O presidente Trump disse que está preocupado e que está disposto a ajudar a Venezuela. Eu estou disposto a falar com agenda aberta sobre todos os temas que o governo dos Estados Unidos quiser falar, com humildade, com fraqueza”, afirmou.

Bloqueio econômico contra Venezuela e Cuba

Segundo Maduro, a Venezuela atravessa um momento de bloqueio financeiro advindo de Washington. “Nosso país é agredido e acossado pelo império dos Estados Unidos (…). Hoje a Venezuela é vítima de uma agressão permanente nos âmbitos econômico, político e diplomático por parte daqueles que governam nos Estados Unidos arvorando a doutrina Monroe.”

O venezuelano lembrou que Cuba passa por situação semelhante. “Erguemos nossas mãos para votar a resolução que sairá nos próximos dias para rechaçar o bloqueio econômico dos Estados Unidos contra Cuba e exigimos seu imediato levantamento”, disse.