Bolsonaro quer trabalhador mais pobre e mais explorado

“Bolsonaro foi o homem de ponta no apoio às políticas de Temer de retirada de direitos”, alertou ao Portal Vermelho Wagner Gomes, dirigente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O sindicalista defendeu a chapa de Fernando Haddad e Manuela d’Ávila (PT, PCdoB e Pros). “Ao contrário de Bolsonaro, os dois defendem o que o Brasil precisa que é um programa de defesa da renda, dos direitos e de fortalecimento de políticas públicas para a classe trabalhadora”.

Por Railídia Carvalho

Bolsonaro-e-Temer - Reprodução

Em entrevista realizada nesta quinta-feira (20) na Tv Aparecida, o candidato do PT Fernando Haddad lembrou que o trabalhador não tem renda nem para terminar o mês. “Se não olharmos para esse trabalhador, vamos colher frutos ruins", afirmou o candidato. Na opinião de Wagner, Bolsonaro vai aprofundar as políticas de Temer de empobrecimento e exploração do trabalhador.

“A verdade é que Bolsonaro apoiou o programa do PMDB “Ponte para o futuro”, votou a favor da reforma trabalhista, apoiou o teto de gastos, terceirização sem limites, compactuou com o enfraquecimento da política de valorização do salário mínimo, quer privatizar todas as estatais e criar um percentual mínimo de imposto de renda para todo mundo. Agora ele nega mas esse é o programa que ele vai implementar em caso de uma improvável eleição”, enfatizou Wagner.

O sindicalista lembrou que essa receita foi implementada pelo Governo de Michel Temer e tem causado desespero a milhões de brasileiros. “É desesperador você não ter o dinheiro para comer, pagar o aluguel. Muita gente deixou de procurar emprego porque não tem dinheiro para o ônibus, famílias foram morar em favelas e uma parte da classe média assalariada está endividada nos bancos. Os empregos que aparecem não oferecem nenhum direito ao trabalhador e tem uma renda muito abaixo. Bolsonaro vai aprofundar esse drama”.

A economista Laura Carvalho, no artigo “O bobo da corte” publicado na Folha de S.Paulo nesta quinta afirmou que a agenda de Bolsonaro “é a de Temer ao quadrado”. Segundo ela, políticas que apostam no “extremismo do mercado” e colocadas em prática nos últimos dois anos no Brasil foram as grandes derrotadas da última década. Para a economista, o que está no centro do debate é o combate às desigualdades para garantir a estabilidade do sistema econômico.

Wagner reiterou: “A aposta no Bolsonaro vai fazer o Brasil retroceder aos tempos anteriores à primeira vitória da Frente Brasil Popular apoiando Lula em 2003. Quando Lula assumiu o salário mínimo valia 80 dólares. Quando Lula deixou o segundo governo o salário mínimo era de 300 dólares. O trabalhador tinha reposta a inflação e mais a metade do PIB anterior”, relembrou o dirigente.

“Desde o golpe contra Dilma que teve Bolsonaro como apoiador tudo que se relacionava ao salário mínimo foi despencando. Se diminui a renda do trabalhador não tem consumo, se não tem consumo não tem produção e se não tem produção não tem oferta de emprego. Brasil está parado e o mais penalizado é o trabalhador que vive um drama, que pode piorar com Bolsonaro”, enfatizou Wagner.

Ele reiterou a importância do fortalecimento do programa eleitoral de Fernando Haddad e Manuela d’Ávila. “Não é um programa só do Haddad e da Manuela é um programa defendido pela Frente Brasil Popular à época da primeira eleição de Lula. Representa muitos setores importantes da sociedade que tem preocupação com um Brasil desenvolvido e com o combate às desigualdades”.

“Vi uma pesquisa dizendo que o que ganha eleição é ir para as ruas. O movimento sindical está indo às ruas e convoca democratas, movimentos sociais para desmascaramos essa frente de direta através das redes sociais e dos instrumentos que tivermos ao alcance. Nas ruas e nos locais de trabalho é preciso reforçar: São dois projetos políticos, um que deu errado que tem Temer e diversos candidatos, como Alckmin e Bolsonaro, como representantes; e outro que deu certo e é representado por Fernando Haddad e Manuela. Não podemos correr o risco de mais retrocesso”, finalizou.