Rosa Weber diz que fala de Bolsonaro sobre urna é 'desconectada da realidade'

Nesta terça-feira (18), a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, rebateu as declarações feitas pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) que lançou suspeitas sobre as urnas eletrônicas.

Rosa Weber presidente do TSE - Reprodução

A ministra reafirmou a confiabilidade do sistema de urnas eletrônicas e disse que crítica direcionada aos equipamentos pode ser "desconectada da realidade".

"Temos 22 anos de utilização de urnas eletrônicas. Não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião, mas quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar os dados da realidade. Para mim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas são absolutamente confiáveis", enfatizou Rosa Weber.

No domingo (16), em transmissão ao vivo pelas redes sociais, Bolsonaro afirmou que a possibilidade de perder a eleição "na fraude" para o candidato do PT, Fernando Haddad, é "concreta". "O PT descobriu o caminho para o poder, o voto eletrônico", declarou o presidenciável.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, que presidiu o TSE até o mês passado, também repeliu as declarações de Bolsonaro e lembrou que ele se elegeu por meio desse sistema.

Toffoli chegou a perguntar aos jornalistas que o entrevistavam quem considerava a possibilidade de fraude na urna. Ninguém se manifestou.

"Quem aqui acredita que a eleição, que a urna eletrônica, pode ser fraudada levante a mão", pediu o ministro. Ninguém se manifestou. "100% acreditam que não pode ser fraudada. Tem gente que acredita em Saci Pererê", ironizou.

Rosa Weber, por sua vez, lembrou que é possível realizar auditagem do sistema eleitoral.

"Nós abrimos para possibilidade de auditagem de maneira geral. […] O mais importante é dizer para população que são auditáveis. Nas últimas eleições presidenciais, houve uma desconfiança, o partido que, no caso não saiu vencedor, expressou, requereu, e o TSE abriu todos os dados e depois de um ano se constatou que de fato não havia nada. Elas são auditáveis",resgatou.