Planos de saúde aumentam acima da inflação e penalizam brasileiros

O desmonte do SUS em detrimento das operadoras privadas elevou em 10% os custos dos planos de saúde cobrados aos cerca de 8,1 milhão de usuários de planos individuais, apesar da inflação no período ter sido de 4,39%.

Planos de Saúde - EBC

Outros 47,3 milhões de usuários não tiveram seu reajuste definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sob a alegação de que isso é fruto de negociação entre as parte; de acordo com o Idec, ao longo de 2017, 23,4% do total de reclamações registradas tiveram como alvo os planos de saúde; deste total, 44,5% questionavam os reajustes.

Esse aumento exorbitante acontece em meio a crise econômica, com mais pessoas em dificuldades de manter um plano de saúde devido aos altos custos cobrados pelas operadoras. Ao mesmo tempo que há o desmonte do Sistema único de Saúde (SUS).

Somente no ano passado, a chamada inflação médica foi 3,4 vezes maior que a inflação e neste exercício deve crescer 15,4%, 4,3 vezes acima da inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) que deve fechar 2018 em 3,6%.

Segundo matéria do Uol, esta é a 13º maior diferença entre 51 países, de acprdo com levantamento feito pela Consultoria Mercer Marsh Benefícios. Em apenas quatro anos, entre 2013 e 2017, esse custo saltou 89% de acordo com a Unidas (União Nacional das Instituições de Autogestão).

Neste ano, em junho, a ANS autorizou que os planos reajustassem os valores cobrados de 8,1 milhão de clientes de planos individuais em 10%, muito embora a inflação estivesse em 4,39%. Para os demais 47,3 milhões de usuários, contudo, o reajuste não foi definido pela agência que alega que isso "é determinado em negociação entre a contratante e a operadora".

As operadoras alegam que os custos sobem, principalmente, em função do envelhecimento da população e o uso de novas tecnologias. A isso somam-se as despesas com internações, consultas e exames, que chegaram a RR$ 145 bilhões em 2017. Deste total, 19% (R$ 27,8 bilhões) são relativos a fraudes e desperdícios.

Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), ao longo de 2017, 23,4% das reclamações foram feitas contra os planos de saúde. Deste total, 44,5% questionavam os reajustes praticados pelas operadoras. O Volume é 32,6% maior que o registrado no ano anterior.