Cuba avança no processo de consultas sobre a nova Constituição

Cumprindo agenda de conversas com representantes diplomáticos no Brasil, o secretário Política e Relações Internacionaisd do PCdoB, Walter Sorrentino visitou a embaixada de Cuba, onde trocou impressões com o diplomata cubano Rolando Gonzalez. Entre os temas em pauta, as eleições no Brasil e a elaboração da nova constituição do país caribenho. Gonzalez deu detalhes sobre o processo de consulta popular em curso e falou também sobre o bloqueio dos Estados Unidos contra Cuba,.

PCdoB embaixada de Cuba - Foto: SRI/PCdoB

O objetivo do encontro foi dar continuidade às excelentes relações que o PCdoB mantém com a embaixada da República Socialista de Cuba – único país socialista existente nas Américas. Walter Sorrentino encontrou-se com o Encarregado de Negócios da Embaixada, Rolando Antonio Gomez González. Na ocasião, Sorrentino,  que também é vice presidente nacional do PCdoB, esteve acompanhado de Ana Maria Prestes, integrante da Comissão de Relações Internacionais do Partido e pelo assessor da Presidência do Partido, o jornalista Pedro de Oliveira.

Ao comunicar sua nova função na direção partidária, Walter Sorrentino afirmou que a alternância de funções no partido não altera a política internacional: “o PCdoB dará continuidade ao trabalho de cooperação, amizade e solidariedade internacionalista que caracterizam essa frente partidária de enorme importância política e ideológica.”

Quanto a Cuba, o dirigente comunista relembrou que o PCdoB tem levantado não somente no Brasil, especialmente através do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz), mas em todos os fóruns internacionais de que o partido participa, a defesa de Cuba, posicionando-se contra o bloqueio imperialista aos país, e contra os ataques permanentes de que a República Socialista tem sido alvo frequente.

Afirmou que “com o golpe perpetrado por forças reacionárias e conservadoras nacionais e também externas contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, a política externa do Brasil tem se pautado por uma orientação de alinhamento geral com os posicionamentos dos EUA.” A luta eleitoral que ocorre no país tem grande relevância neste aspecto das relações exteriores, argumentou Sorrentino, pois se as forças do campo democrático e progressista obtêm êxito, esta vitória terá consequências diretas no plano das relações do Brasil com todos os países do mundo.

Face ao interesse sobre as eleições brasileiras, Sorrentino relatou os passos que o PCdoB deu para concertar uma aliança com o PT (Partido dos Trabalhadores), confirada na chapa Haddad-Manuela, apoiada pelo ex-presidente Lula, líder de todas as pesquisas de opinião. Assim, continuou ele, resetam três semanas para o primeiro turno eleitoral em 7 de outubro próximo. Ele argumentou que o processo eleitoral brasileiro sofre de grande interferência da justiça no plano político, assim como a já tradicional interferência econômica, pois os candidatos ricos podem dispor de muito mais recursos financeiros em suas campanhas.

De sua parte, o embaixador Rolando González  fez um relato de como estão ocorrendo os debates em torno do texto constitucional aprovado pela Assembleia Nacional, e que desde o dia 13 de agosto passado vem passando pelo crivo dos debates em todos os órgãos do poder popular da ilha socialista. Mostrou que há um processo de consulta direta sobre a Reforma Constitucional em todas as cidades e comunidades rurais do país, que têm reunido centenas de milhares de cidadãos e cidadãs cubanas oferecendo sugestões e propostas concretas para acrescentar ou eliminar temas no Projeto de Constituição da República. O objetivo, segundo o embaixador, "é que nenhuma proposta deixe de ser considerada". Segundo Gonzalez, será um processo democrático de participação real em que todos os habitantes se transformam em membros constituintes.

Por fim, explicou o diplomata cubano, “em fevereiro de 2019 faremos um referendo sobre ajustes que poderão ser feitos no texto constitucional em debate pela população". "Na atualidade Cuba ainda vive uma situação emergencial de cerco e bloqueio econômico por parte do imperialismo norte-americano, sendo que o Partido Comunista é o principal fator de unidade nacional. Neste ordenamento político e social não podemos vacilar nesta guerra que travamos pela sobrevivência", completou o Encarregado de Negócios da Embaixada.