Luciana Santos: A cultura, a ciência e a memória estão de luto 

A deputada Luciana Santos (PCdoB-PE), presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, lamentou, através das redes sociais, o incêndio que devastou o Museu Nacional na noite deste domingo(2). Para a parlamentar, que também é presidenta nacional do PCdoB, a tragédia tem consequências irreparáveis para a história e para a cultura brasileira.

Museu Nacional - Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia

Para a deputada comunista “a cultura, a ciência e a memória do nosso país estão de luto. Choramos todos por uma tragédia que poderia ter sido evitada”. A parlamentar lembrou que que há muito tempo o Museu Nacional pede socorro. Luciana Santos ressaltou que neste ano de 2018, em que completa seu bicentenário, o museu agora destruído se depara com a falta de recursos que impediu seu funcionamento e sua manutenção. “O corte irresponsável nos recursos destinados à cultura decretou o destino do Museu Nacional que não tem recebido os repasses devidos, reflexo da política econômica de Temer e seus aliados, que congelou os investimentos pelos próximos 20 anos e não tem nenhum compromisso com a pesquisa, com a ciência ou com a história”, afirmou a deputada.

Além de lamentar o ocorrido, Luciana Santos manifestou sua solidariedade aos pesquisadores e trabalhadores do Museu Nacional e reafirmou "a importância de seguir lutando em defesa da cultura, pela popularização dos nossos museus como elemento estruturante na construção da identidade dos brasileiros como indivíduos e enquanto povo; de seguir lutando para construir um país que coloque sua cultura como prioridade, como chave para a elevação, para o progresso e para o desenvolvimento".

Vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) o Museu Nacional é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ e vinculada ao Ministério da Educação, que foi criada por D. João VI, em 6 de junho de 1818.

No acervo de mais de 20 milhões de itens consumido pelo fogo estão parte da história do Brasil desde o Império. Um acervo histórico, arqueológico, antropológico, etnográfico e de História Natural relevante e reconhecido internacionalmente. Entre eles o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de "Luzia", parte da coleção de Antropologia Biológica; a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I, maior coleção egípcia da América Latina, com múmias intactas dentro de seus sarcófagos; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina; as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais; além de uma biblioteca com obras raras, entre outros itens.