Rússia anuncia nova manobra militar, a maior desde 1981

A Rússia fará em setembro as suas maiores manobras militares desde 1981, no auge da Guerra Fria. Os exercícios, especificou o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, terão lugar de 11 a 15 de setembro no leste da Sibéria e no Extremo Oriente russo, com a mobilização de quase 300 mil soldados e a participação de unidades dos Exércitos da China e Mongólia

soldados russos e chineses 2016 - Sputnik

Shoigu fez o anúncio nesta terça-feira no Abakan, capital da república da Cacássia (Sibéria). Participarão da operação mais de mil aviões e helicópteros e duas das frotas navais russas.

“Em alguns aspectos repetem as manobras Ocidente-81: mais de 1.000 aviões e helicópteros, quase 300.000 efetivos que atuarão em quase todos os polígonos dos distritos militares Central e Oriental, com participação das frotas do Pacífico e do Norte e de todos os paraquedistas. Imaginem 36.000 veículos militares —tanques, blindados de transporte e de infantaria, minitanques— em ação de uma só vez, todos eles em condições muito próximas às de combate”, explicou Shoigu, entusiasmado. Ocidente-81 foi o nome dado às maiores manobras realizadas pela União Soviética e seus aliados, ocorridas naquele ano na Europa Oriental.

“A capacidade de nos defender em uma conjuntura internacional frequentemente agressiva e nada amistosa para nosso país torna os exercícios justificados”, disse Dimitri Peskov, o porta-voz do Kremlin. A OTAN, aliança militar internacional liderada pelos EUA e responsável por diversas invasões e guerras, mantém uma presença desproporcional e injustificada no flanco ocidental da Rússia, numa faixa que inclui a Polônia e os países bálticos.

A China, aliada da Rússia, foi convidada para participar das manobras militares. O porta-voz do ministério da Defesa da China, Wu Qian, garantiu que a participação de Pequim não é dirigida contra outros países. "Com relação à participação da China nos exercícios Vostok 2018 — essas manobras visam fortalecer e desenvolver relações de cooperação estratégica abrangente entre a Rússia e a China, bem como aprofundar a cooperação pragmática amistosa entre as Forças Armadas dos dois países. As manobras não são dirigidas contra outros países e não se relacionam à situação na região", disse o alto funcionário chinês.