Assédio às mulheres no metrô acompanha aumento de crimes sexuais em SP

Metroviários dizem que constrangimento às mulheres no transporte público é corriqueiro. Corte no número de funcionários para atender à segurança dos passageiros é apontado entre as principais causas.

assedio metro - Fábio Rodrigues Pozzebom/EBC

O assédio sexual contra mulheres cometido em vagões e estações do Metrô paulistano tem alimentado os índices de violência contra a mulher no estado de São Paulo, de acordo com levantamento da Secretaria de Segurança Pública. Pelo estudo, nos primeiros cinco meses deste ano, o índice de violência contra a mulher aumentou 16,2% na comparação com o mesmo período de 2017.

Para a diretora do Sindicato dos Metroviários Elaine Damasio, o assédio diário às mulheres passageiras evidencia o reduzido quadro de funcionários e agentes de segurança nas estações, o que favorece a ocorrência de crimes. "A segurança do usuário e da usuária, nesse caso especificamente da mulher, é responsabilidade do Metrô e do governo do estado. Ele tem que dar a devida segurança à usuária", afirma Elaine.

A militante da Marcha Mundial das Mulheres Carla Vitória ressaltou que, além da omissão do poder público, há ainda a conivência da sociedade diante da violência contra as mulheres, o que impede inclusive a denúncia dos crimes cometidos às autoridades.