Rashida, a primeira muçulmana perto do Congresso dos EUA

A democrata Rashida Tlaib, filha de imigrantes palestinos, venceu as eleições primárias no estado de Michigan e disputará as eleições gerais de novembro para a Câmara dos Estados Unidos.

Rashida Tlaib

Rashida não terá opositores republicanos em novembro, e tem grandes chances de se tornar a primeira mulher muçulmana a chegar no Congresso dos Estados Unidos. Pode ser que ela enfrente algum candidato independente, mas que teria que vencer em um território progressista. 

“Muito obrigado por fazer possível este momento incrível. Estou sem palavras. Não posso esperar para os representar no Congresso”, escreveu na quarta (8) Tlaib em sua conta do Twitter após a confirmação da vitória.

A cadeira ao qual Tlaib aspira no Legislativo americano tinha sido ocupada durante anos pelo ex-congressista John Conyers, antes de apresentar sua renúncia em dezembro em meio às acusações feitas contra si por assédio sexual. Agora, essa cadeira poderá ser ocupada por uma mulher.

Tlaib, filha de imigrantes palestinos, é uma dos mais de 90 muçulmanos americanos que se postulam neste ciclo eleitoral a cargos públicos. O fato dela conseguir se eleger terá um significado notório: o governo Trump tem apoiado abertamente Israel nos últimos meses, apesar do governo sionista do país promover um massacre contra palestinos na Faixa de Gaza e instaurar uma lei que mais se parece com um apartheid. 

A candidata conquistou a vitória entre um grande número de aspirantes democratas, a maioria alinhada com o “establishment”; ela representa a ala progressista e socialista do partido, similar à figura da latina Alexandria Ocasio-Cortez, que venceu de forma surpreendente nas primárias de Nova York contra um democrata consolidado. A força que a ala socialista tem ganhado dentro do Partido Democrata tem sido notória nos EUA, representada especialmente por candidatas mulheres. 

Michigan é um dos estados com maior população muçulmana do país, e dos quais contam com mais candidatos que professam essa fé. Isso em um momento em que os Estados Unidos experimentam um aumento do sentimento anti-islâmico, reforçado pelos discursos de Donald Trump.