Comerciários: Má vontade de lojistas pode paralisar comércio no RJ

“Foi demitida mais uma funcionária hoje, dona de casa, mãe. Foi demitida porque ontem (24) ela rejeitou o aumento de 60 centavos. O mundial que não aceita cartão de crédito. Só aceita dinheiro ou débito está mandando embora os funcionários que lutaram ontem por um aumento digno”, denunciou Marcelo Black, secretário-geral do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, durante protesto nesta quarta-feira (25) em frente a uma das unidades do Mundial no centro do Rio.

Por Railídia Carvalho

comerciarios do rj paralisam supermercado mundial no Rj contra má vontade dos patrões. julho de 2018 - reprodução

Os comerciários do supermercado Mundial apoiados pelo sindicato realizaram uma paralisação de advertência nesta terça-feira (24). O Mundial da Rua Riachuelo ficou o dia inteiro sem funcionar. Em campanha salarial, os trabalhadores tem enfrentado a intransigência dos empregadores que oferecem reajustes pífios tanto nos acordos quanto no que se refere à Convenção Coletiva.

“Nós estamos na sexta mesa de negociação e a única coisa que ouvimos das empresas é que eles não querem valorizar seus funcionários. Não vamos aceitar um reajuste que não paga nem um quilo de carne no açougue. Com acordo de banco de horas vencido, as empresas vão começar a ser multadas e o patrão vai sentir no bolso. Com isso, não podemos dar nenhuma garantia de que a própria categoria não vai se revoltar, assim como aconteceu no Mundial. Ou o Sindilojas se mexe para termos um acordo coletivo decente para as trabalhadoras e os trabalhadores, ou o comércio do Rio vai parar”, declarou Alexsandra Nogueira, presidenta interina do Sindicato dos Comerciários.

Confira os principais pontos das reivindicações da categoria em campanha salarial

1) Piso

O Sindicato pede reajuste de 8,69%, para equiparar o piso dos comerciários ao piso regional fixado pela Alerj, que atualmente é de R$ 1.237,00.

2)Vendas online

Como as redes de eletrodomésticos e eletrônicos oferecem preços menores nos sites do que nas lojas, cresce o número de clientes que prefere comprar online. O vendedor perde duas vezes, porque além de vender menos não recebe comissão, mesmo que tenha entregue o produto, feito trocas ou dado explicações ao cliente. Uma das reivindicações é o pagamento de comissão sobre o valor total do produto aos vendedores comissionistas que efetivarem a entrega ou troca de produtos comprados online.

3)100% em feriados (supermercados)

Os funcionários de supermercados foram diretamente atingidos pelo decreto que incluiu os supermercados entre as ‘atividades essenciais’ e tiveram o adicional de 100% sobre as horas trabalhadas em feriados cortado. Cobra-se a volta dos 100% nos feriados, uma das principais bandeiras da Campanha Salarial 2018.

4) Fim do trabalho aos domingos (supermercados e comércio de rua)

5) Plano de saúde

6) Vale-refeição de R$ 25/ dia

O Sindicato reivindica que todas as empresas do comércio paguem aos seus funcionários auxílio refeição no valor mínimo de R$ 25 por dia de trabalho, sob a forma de tíquete.