Manuela: Alckmin, Bolsonaro e Meirelles defendem projeto de Temer

Cumprindo agenda em Sergipe, a pré-candidata à presidência pelo PCdoB, Manuela d’Ávila concedeu, nesta segunda-feira (23), entrevista coletiva à imprensa, ao lado do prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB). Manuela destacou aos jornalistas que é preciso deixar claro para a população que o projeto aplicado por Temer é defendido por outros candidatos à presidente, debtre eles Alckmin, Bolsonaro e Henrique Meireles.

Manuela e Edvaldo - Foto: Cris Ely

Segundo Manuela, o governo mais impopular da história representa um projeto de país que não foi eleito pelo povo. [Temer] “não é só um homem, é um projeto e esse projeto está reencarnando em muita candidatura por aí. Essa impopularidade é fruto de um conjunto de medidas que Temer adotou e é o jeito que a direita brasileira acha que a crise tem que ser superada, com esse projeto de austeridade que proíbe investimentos sobre programas sociais como foi a aprovação da emenda constitucional 95 [que congela investimento] por 20 anos”, esclareceu Manuela.

Explicando que é fácil o candidato dizer que tem proposta para segurança pública e não dizer de onde é que vai tirar o dinheiro, a pré-candidata defende que é preciso que o povo brasileiro saiba que Temer, Alckmin, Bolsonaro, Henrique Meirelles defendem que o governo federal não gaste com políticas públicas.

“O povo sabe que esses candidatos defendem a reforma trabalhista e não defendem a revogação como eu defendo? Que eles acham que mulher grávida pode trabalhar em ambiente insalubre? O povo sabe que metade das mulheres não conseguiu emprego depois de parir mesmo com a CLT? Como é que vai ser sem ela? Se já não conseguia antes, imagina agora”, examinou Manuela.

Estado forte

Para resolver os problemas cruciais que o país tem, Manuela disse que é preciso primeiro reafirmar o poder do estado e realizar um projeto nacional de desenvolvimento que tire o país da crise. Segundo ela, todas as grandes nações do mundo o estado têm esse papel de organizador, condutor do projeto econômico, só no Brasil que os liberais defendem um estado mínimo.

Para Manuela, os liberais distorcem a verdade dizendo que a economia doméstica é igual a do governo. Segundo Manuela, na economia doméstica quando se compra uma roupa o dinheiro não volta, mas no governo quando ele investe gera renda, explicou, ao propor que o Brasil recomponha a capacidade de investir como alternativa à austeridade fiscal. “Quanto mais se investe, mais o dinheiro circula”, disse.

Manuela reafirmou também a defesa de imposto sobre grandes fortunas como arrecadação e o fim do imposto sobre o consumo. Para ela, é preciso discutir com os estados a tributação sobre heranças e citou o Maranhão como exemplo. Contanto que o governo de Flávio Dino (PCdoB) decidiu investir na Educação, tornando escolas antes sucateadas para dignas, garantindo ao mesmo tempo dignidade para seu povo, gerando emprego e renda.

Congresso Nacional

Ao ser questionada como iria conquistar o Congresso Nacional para governar, Manuela lembrou que foi deputada por oito anos e ponderou que apesar de não guardar ilusões sobre um Congresso “questionável” foi o mesmo que garantiu alguns avanços para o povo, aprovando programas sociais importantes nos governos de Lula e Dilma. “Quando se tem um projeto claro de país é possível em debate com a sociedade fazer que o Congresso avance”.

Para Manuela, é preciso que a população faça “uma ampla mobilização” por mudanças e isso poderá acarretar “um impacto sobre o Congresso”. Sendo presidente, disse, “fará que a população se mantenha mobilizada”.

Crise e empobrecimento

“É uma crise que provoca a maior recessão no Brasil”, afirmou Manuela ao ser questionada sobre a atual situação brasileira. “Quando a gente olha o número de desempregados, nós chegamos a um número avassalador de 25 milhões de pessoas, se a gente pega os 200 milhões de brasileiros, tira os aposentados e as crianças – que não tem idade para estar trabalhando -, a gente chega a 20 a 25% talvez da população com possibilidade de trabalhar no Brasil desocupadas”.

O país teve um empobrecimento muito grande no último período. “No estado de São Paulo tem 700 mil pessoas vivendo com 133 reais por mês. Coloquem esse valor na carteira e tentem viver com dignidade por uma semana”, examinou.

“Diante disso, qual é a mulher com filho, desempregada, não ficaria desesperada?”, ponderou Manuela abordando o que representa os discursos de ódio dos que defendem “que bandido bom é bandido morto”.

“Parece uma luva que se encaixa na mão, mas é uma mão errada. “Eu acho que o povo brasileiro é muito maior que o ódio”, disse Manuela ao criticar os discursos do pré-candidato do Jair Bolsonaro. Para ela, esse discurso não aponta saídas para a crise, “só agudiza”.

Na coletiva, um repórter questionou se a campanha de Manuela faz uma contraposição à campanha de Bolsonaro. A pré-candidata emendou: “sou oposto de Bolsonaro. Faço política com amor”. Para ela, a felicidade não é subjetiva, ela é materializada em ações do estado. “O poder público tem relevância nisso”, disse, ressaltando que ela representa a alternativa que vai tirar o país da crise.