Contas externas têm saldo positivo de US$ 1,5 bi em outubro

Investimento estrangeiro no Brasil somou US$ 1,722 bilhão, acima do esperado pelo Banco Central (BC).

O superávit na conta corrente do balanço de pagamentos brasileiro foi de 1,526 bilhão de dólares em outubro. Em outubro do ano passado, a conta corrente registrou superávit de 879 milhões de dólares. O balanço de pagamentos detalha as relações comerciais do país com o resto do mundo. Ele registra o total de dinheiro que entra e sai de um país, na forma de importações e exportações de produtos, serviços, capital financeiro, bem como transferências comerciais.


 


De janeiro a outubro deste ano, o resultado deste conta corrente é positivo em 11,662 bilhões de dólares, equivalente a 1,51% do Produto Interno Bruto (PIB). De janeiro a outubro do ano passado, o saldo positivo era de 11,895 bilhões de dólares (1,79% do PIB). No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em outubro, o saldo em conta corrente ficou positivo em 13,960 bilhões de dólares, o equivalente a 1,54% do PIB.



 


Investimento externo direto


 


O fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil totalizou em outubro 1,722 bilhão de dólares, valor que ficou acima da projeção do Banco Central (1,2 bilhão de dólares). De janeiro a outubro de 2006, o fluxo de investimento soma US$ 13,628 bilhões, o correspondente a 1,77% do PIB. Em igual período do ano passado, os investimentos somavam 12,488 bilhões de dólares, que correspondiam a 1,88% do PIB.


 


Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, o saldo de investimento estrangeiro direto no Brasil ficou positivo em 16,207 bilhões de dólares, que correspondiam a 1,79% do PIB. No mesmo período do ano passado, o saldo de IED era de 16,957 bilhões de dólares (2,22% do PIB).


 


As remessas de lucros e dividendos somaram em outubro US$ 902 milhões, ante 1,189 bilhão de dólares no mesmo mês do ano passado. De janeiro a outubro de 2006 as remessas somam 12,510 bilhões de dólares, ante 9,718 bilhões de dólares em igual período do ano passado.


 


As despesas com juros somaram no mês passado 840 milhões de dólares, ante 1,333 bilhão de dólares em outubro do ano passado. De janeiro a outubro, o pagamento de juros somou 9,449 bilhões de dólares. No mesmo período do ano passado as despesas com juros totalizaram 11,501 bilhões de dólares.
Reservas internacionais


 


A projeção do BC para as reservas internacionais no final deste ano cresceu de 74,764 bilhões de dólares para 80,450 bilhões de dólares. A projeção não leva em conta novas compras de dólares feitas pelo BC no mês de novembro. O BC, ao mesmo tempo, informou que em outubro comprou em mercado cerca de 4,3 bilhões de dólares. No período de janeiro a outubro, as compras do BC estão acumuladas em 29,3 bilhões de dólares.


Dívida externa


 


O Tesouro Nacional, por sua vez, já liquidou em mercado o pagamento de compromissos da dívida externa brasileira de 11,185 bilhões de dólares com recursos adquiridos em mercado. Ainda faltam liquidar neste ano 1,157 bilhão de dólares em compromissos da dívida de responsabilidade do Tesouro. Para 2007, a projeção do BC para as reservas internacionais aumentou de 78,706 bilhões de dólares para 84,392 bilhões de dólares.


 


A dívida externa em outubro era estimada pelo BC em 174,560 bilhões de dólares. De acordo com explicação do Banco Central, o aumento da dívida externa em outubro foi provocado pela contratação de empréstimo externo de 13,7 bilhões de dólares por uma empresa brasileira (Vale do Rio Doce) para financiar uma operação de investimento direto no exterior.


 


Os investimentos brasileiros diretos no exterior (IBD) somaram, em outubro, 15,022 bilhões de dólares, ante apenas 3 milhões de dólares em outubro do ano passado. Embora o Banco Central não mencione especificamente na sua nota à imprensa, o montante se refere à operação de compra da canadense Inco pela Vale do Rio Doce. No ano, o IBD soma  22,827 bilhões de dólares. O crescimento do IBD foi acompanhado de um crescimento na dívida externa total, por conta do empréstimo de 13,7 bilhões de dólares feito pela Vale para financiar tal investimento.


 


 


Com agências