Sem categoria

Prodi responde “não obrigado” a aliança com Berlusconi

O futuro primeiro ministro de centro-esquerda, Romano Prodi, vitorioso nas eleições desta semana, respondeu com um “não, obrigado” à oferta de seu rival derrotado, o direitista Silvio Berlusconi, que encerra c

“Com relação à grande coalizão, nós nos apresentamos às eleições com uma coalizão definida e a le eleitoral conferiu-nos um número de parlamentares, na Câmara e no Senado, que nos permite governar”, disse Prodi, no jornal La Republica. Ele considerou “fora de lugar” as colocações do primeiro ministro derrotado. “Nós governaremos do modo que está estabelecido na lei e conforme a vontade dos nossos eleitores”, disse o líder da União – uma frente que reúne o Olivo, grupo de partidos nucleado pelos ex-comunistas Democráticos de Esquerda, em aliança com o Partido da Refundação Comunista e o Partido dos Comunistas Italianos, entre outras siglas.
A nova maioria de centro-esquerda enfrenta no mês que vem um duplo batismo de fogo. Deverá eleger o presidente da Câmara – cargo que tende a ficar com Fausto Bertinotti, secretário-geral da Refundação. E também o presidente da República, que na Itália é eleito pelo Parlamento.
A nova correlação de forças parlamentar
Os resultados definitivos da disputadíssima eleição de domingo e segunda-feira foram apresentados hoje (11). A União logrou maioria tanto na Câmara como no Senado, embora neste ela seja de apenas três votos.
Na Câmara, um dispositivo que amplia a vantagem da maioria, implantado durante a era Berlusconi, deu à centro-esquerda uma vantagem de 348 cadeiras (contra 259 na legislatura que se encerra, eleita em 2001). A aliança de Berlusconi, Casa das Liberdades, elegeu 281 (eram 350).
Apenas um candidato foge desta polarização, eleito pela Associação dos Italianos Sul-Americanos, bem votada entre os eleitores residentes no Brasil (dos 630 deputados, 12 foram eleitos pelos italianos do exterior).
Dentro da União, o Olivo possui 220 deputados, seguido pela Refundação, com 41 (em 2001 eram 16). O Partido dos Comunistas Italianos, uma cisão da Refundação, passou a ter 16 deputados (contra 9 anteriormente). Porém o partido com a maior bancada própria é o Força Itália, de Berlusconi, com 140 deputados.
No Senado, a União tem 158 cadeiras (na legislatura que se conclui, tinha 137) e a Casa das Liberdades 156 (eram 176). Há ainda um independente, que comprometeu-se a somar com a maioria. O Força Itália tem 79 senadores. Os Democráticos de Esquerda, que na Câmara Alta não se apresentaram dentro do Olivo, possui uma bancada de 62. A Refundação elegeu 27 senadores, contra apenas quatro nas eleições de 2001.
Com agências