Arrastão final leva 60 mil pessoas ao centro do Recife

Uma festa vermelha e amarela marcou o último grande ato da campanha casada de Lula à Presidência e de Eduardo Campos a governador de Pernambuco, no Recife. Durante duas horas e em clima de muita vibração cer

Além da militância, a mobilização contou com a participação dos principais dirigentes dos 16 partidos que formaram a maior frente política já vista no Estado, entre eles o PCdoB, líderes partidários locais, regionais e nacionais, representantes dos movimentos sociais, sindicatos e entidades feministas. Empolgada, uma multidão de populares também se juntou aos manifestantes e ajudou a colorir ainda mais a festa da democracia.


 


À frente da passeata um “abre-alas” formado por cerca de 500 motoqueiros, com seus bandeirões, grupos de maracatu e blocos carnavalescos tradicionais, além de pernas-de-pau antecedeu a passagem da grande massa. Em carro aberto, ao lado de Humberto Costa, dos prefeitos João Paulo (Recife) e Luciana Santos (Olinda), dos deputados federais Armando Monteiro Neto (PTB) e Inocêncio Oliveira (PL), dos governadores eleitos Marcelo Déda (PT, Sergipe) e Cid Gomes (PSB, Ceará), e do escritor Ariano Suassuna, Campos dividiu com os aliados as atenções das centenas de pessoas que formaram um extenso corredor humano nas avenidas centrais do Recife.


 


Na Praça do Carmo, o palanque demonstrou o ecletismo e a representatividade política da aliança formada em torno das candidaturas de Lula e Eduardo Campos, em Pernambuco, com a presença de dirigentes partidários, prefeitos, deputados federais e estaduais e vereadores de diversas legendas. O presidente Lula foi representado pelo Ministro da Defesa, Waldir Pires. Populares e oradores exaltaram a figura política do ex-governador Miguel Arraes, avô de Campos falecido em agosto do ano passado. 


 


 “Este momento nos liga ao passado. O que nos une são as lutas sempre presentes na memória popular. Quem se entrega a essas lutas, não pode ter rancor, raiva, ressentimento. Construímos uma frente que não tem registro na história recente do Brasil, não em torno de projetos pessoais, mas de novos caminhos para o nosso povo”, afirmou Campos, que também manifestou seu respeito à frente política formada em torno de sua candidatura.


 


Em clima de vitória, os oradores previram o fim do PFL no Nordeste e a chegada de uma era de justiça social no Estado e no país. “Nós estamos extinguindo o PFL no Nordeste. Acabou, acabou e acabou”, disse o governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda (PT), se referindo às derrotas eleitorais que a esquerda nordestina está impondo ao PFL nessas eleições.


 


Já o governador eleito do Ceará, Cid Gomes (PSB), destacou o empenho do Eduardo para unir a esquerda e o compromisso de transformar Pernambuco num Estado progressista. ''Ele está dando aqui uma lição de democracia'', afirmou.


 


Hoje, ao comentar a festa em seu blog, o vice-prefeito do Recife , Luciano Siqueira (PCdoB-PE), destacou a importância da unidade conquistada entre as forças sociais e políticas reunidas no segundo turno em torno da candidatura de Eduardo Campos. “Uma saudável convergência de opiniões, de sentimentos e de vontades lastreados por uma proposta programática consistente e aceita pela ampla maioria do eleitorado. O que prenuncia um dia seguinte à vitória eleitoral inspirado nos melhores propósitos de bem governar em favor do povo”.


 


Do Recife
Audicéa Rodrigues