Só Cuba tem desenvolvimento sustentável, segundo a WWF

Cuba é o único país do mundo com desenvolvimento sustentável, segundo o relatório bienal apresentado nesta terça-feira (24/10) pela organização WWF, em Pequim.


De acordo com o relatório, elaborado pela WWF a cada dois anos e que foi apresentado pela primeira vez na capital chinesa, se as coisas continuarem como estão, por volta de 2050 a humanidade precisaria consumir os recursos naturais e a energia equivalente a dois planetas Terra.



É um círculo vicioso: os países pobres produzem um dano per capita à natureza muito menor, mas, à medida que vão se desenvolvendo (exemplos de China e Índia), o prejuízo para o ambiente vai aumentando a níveis insustentáveis pelo planeta.



A WWF, organização que combate a degradação do meio ambiente em todo o mundo, elaborou, em seu relatório, um gráfico no qual sobrepõe duas variáveis: o índice de desenvolvimento humano (estabelecido pela ONU) e a “pegada ecológica”, que indica a energia e recursos, por pessoa, consumidos em cada país.



Surpreendentemente, apenas Cuba tem, nos dois casos, níveis suficientes que permitem que o país seja considerado que “cumpre os critérios mínimos” para a sustentabilidade. “Não significa, certamente, que Cuba seja um país perfeito, mas é o que cumpre as condições”, disse Jonathan Loh, um dos autores do estudo.



“Cuba alcança um bom nível de desenvolvimento, segundo a ONU, graças a seu alto nível de alfabetização e expectativa de vida bastante alta, enquanto sua 'pegada ecológica' não é grande, por ser um país com baixo consumo de energia”, acrescentou Loh.



América Latina
De fato, a região latino-americana em geral parece ser a que está mais perto da sustentabilidade, já que outros países, como Brasil ou México, estão perto dos mínimos necessários, frente à situação de regiões como África – com baixo consumo energético, mas muito subdesenvolvida – e Europa, onde ocorre o inverso.



Apesar do sucesso do bloco latino, a situação global mostrada pelo relatório da WWF é desanimadora. Por exemplo, o número de espécies de animais vertebrados caiu 30% nos últimos 33 anos.



A pegada deixada pelo homem é tamanha que “são consumidos recursos em tempo muito rápido, que impede a Terra de recuperá-los”, disse o diretor-geral da WWF, James Leape, que também participou da apresentação do relatório em Pequim.



O novo relatório da organização coloca na “lista negra” de países com alto consumo per capita de energia e recursos os Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Finlândia, Canadá, Kuwait, Austrália, Estônia, Suécia, Nova Zelândia e Noruega.