Bush, com rejeição em alta, pode perder a eleição do dia 7

A revista Newsweek chegou às bancas neste fim de semana com uma pesquisa onde 57% dos cidadãos estadunidenses  desaprovam o governo George W. Bush. O ponto fraco é a conduta na Guerra do Iraque, reprovada por 65%. Observadores políticos faze

As eleições parlamentares americanas seguem o sistema distrital puro e se intercalam com o mandato presidencial. O voto distrital eterniza a existência de apenas dois partidos de fato, democratas e republicanos — o espectro mais petrificado do mundo, sem alteração a dois séculos. Já o calendário alternado costuma desfavorecer o presidente em fim de mandato.



No caso da votação de 7 de novembro, a impopularidade de Bush age como um agravante. A correlação de forças resultante pode abrir uma fase de contratempos para o neoconservadorismo — tendência político-ideológica de direita encabeçada pelo presidente e por seu vice, Dick Cheney, e majoritária hoje entre os republicanos.



Problemas para o neoconservadorismo



Nos últimos seis anos do mandato e meio de Bush, o Partido Democrata fez uma oposição comedida quando não complacente ao neoconservadorismo no poder. Não só se uniu em torno do presidente por motivo do 11 de Setembro de 2001; também deu seu apoio e seus votos para a invasão do Afeganistão no fim do mesmo ano e do Iraque em 2003. Com uma ou outra exceção, foi um partido compreensivo nas investigações sobre escândalos envolvendo grandes empresas ou Cheney, falhas nos serviços de segurança, armas de extermínio inexistentes no Iraque, torturas na prisão de Abu Ghraib e o campo de concentração de Guantânamo.



A imagem popular negativa de Bush e uma maioria parlamentar — bastante provável pelo menos na Câmara de Representantes — podem mudar esse comportamento. Não será nada drástico, a julgar pela extensíssima coexistência das duas siglas. Mas pode preparar o terreno para o fim da era neoconservadora na Casa Branca.



Com agências