Granma: Washington é culpado pelo teste nuclear coreano

“Desde 1994, viemos apoiando um acordo padrão que a administração de Clinton aceitou. A conseqüência foi que o nosso plano quase prosperou, no entanto, a administração de George W. Bush o ignorou e resultou no fracasso”. Tal opinião foi emitida pelo ex

Sob seu mandato, foram tomadas linhas de ação para o entendimento com a República Democrática Popular da Coréia, visando a harmonizar a Península.


 


Da mesma maneira, considera que “os falcões de Washington são os responsáveis pelo exercício nuclear norte-coreano” e pelos passos dados na contramão: a ruptura do acordo padrão assinado há 12 anos pela administração estadunidense, a expulsão dos fiscais da Agência Internacional da Energia Atómica, a retirada do Tratado de Não Proliferação Nuclear e a explosão de um artefato nuclear que, mesmo sendo dez vezes menos potente que o lançado pelos EUA na Hiroshima, torna a Coréia do Norte em um dos estados com armamento ofensivo.


 


Kim Dae Jung considera também que a política de desanuviamento que ele pôs em prática impediu desenlaces como os que agora são criticados e as ações de pressão, certamente, levaram a tudo o contrário.


 


Enquanto o ex-presidente expressava tais idéias, o Conselho de Segurança da ONU aprovava uma resolução que estabelece o embargo de armas ao governo de Pyongyang, exigindo o fim dos exercícios nucleares. Estabelece, também, a proibição de exportar artigos de luxo à Coréia do Norte e o bloqueio das contas de seus dignitários no estrangeiro.


 


O documento insta a que esse país reate imediatamente e sem condicionamentos as Conversações a Seis Partes (China, Rússia,EUA, Japão, a Coréia do Norte e a do Sul) sobre seu programa atômico e aceite o Tratado de Não Proliferação Nuclear.


 


Os quinze membros do máximo órgão da ONU chegaram a esse acordo, após Washington aceitar que suavizaria o texto, segundo protestos da Rússia e da China. O embaixador da Coréia do Norte, Pak Gil-yon, criticou o acordo:


 


“Rechaçamos completamente a resolução. É claro que o Conselho de Segurança já não é mais imparcial e aplicou uma dupla moral”, denunciou.


 


Pyongyang “fica desiludida com o fato de que o Conselho de Segurança não foi capaz de transmitir uma só palavra de preocupação aos Estados Unidos”, que “ameaçam o país com guerras nucleares preventivas e agravam as tensões reforçando as tropas armadas e dirigindo exercícios militares conjuntos em grande escala, perto da Península da Coréia”, assinalou o diplomata, quem logo depois se retirou da sessão.


 


O embaixador norte-coreano advertiu que “se os Estados Unidos aumentam a pressão, a Coréia do Norte o interpetará como uma “declaração de guerra”.


 


Segundo a Reuters, a resolução 1718 inclui, em boa medida, o espírito e conteúdo de uma legislação estadunidense que visa à aplicação de sanções à Síria e ao Irã e depois foi incluída a Coréia do Norte no projeto, tentando que tais medidas tenham caráter internacional.


 


Após uma semana do exercício nuclear, havia dúvidas sobre o mesmo. Os Estados Unidos não confirmaram a presença de partículas radioativas na atmosfera, e apenas se possuíam dados de técnicos que afirmam ter detectado uma leve radiação no mar do Japão, mas não tinham chegado a conclusões sobre a origem.


 


A Comissaria para a Energia Atômica, que faz parte de uma rede internacional de vigilância de exercícios nucleares, também pôde “confirmar ou descartar” o exercício norte-coreano que, contudo, provocou uma reação mundial de larga envergadura.