Argentinos vão retomar processo contra fábrica de celulose

A Assembléia Ambientalista da cidade argentina de Gualeguaychú resolveu na noite desta terça-feira (10/10) que no próximo fim de semana vai bloquear uma das passagens para o Uruguai em protesto contra a construção, do outro lado da fronteira, de duas fábr

Depois de uma reunião de quase três horas, os moradores decidiram por maioria cortar das 14h de sexta-feira às 21h de domingo a ponte General San Martín, que liga a cidade a Fray Bentos. A ponte é uma das três passagens entre a Argentina e o Uruguai.



A medida é um protesto contra os projetos da finlandesa Botnia e da espanhola Ence para instalar fábricas de celulose às margens do rio Uruguai.



Gualeguaychú tinha interrompido os bloqueios há alguns meses, para não prejudicar a posição argentina em sua reivindicação na Corte Internacional de Justiça de Haia. No entanto, os moradores resolveram retomar o protesto após um relatório preliminar da Corporação Financeira Internacional (CFI), ligada ao Banco Mundial, segundo o qual as fábricas não danificarão o meio ambiente.



Grande erro
O governador de Entre Ríos, Jorge Busti, considerou horas antes da realização da assembléia de hoje que os moradores de Gualeguaychú cometeriam “um grande erro” ao retomar os bloqueios e disse que “o mais inteligente é continuar trabalhando no direito internacional”.



A CFI estuda créditos de US$ 200 milhões para financiar as obras no Uruguai. A Ence anunciou no mês passado que suspendeu as obras em Fray Bentos e que vai escolher outro lugar no país. Já a Botnia mantém os trabalhos de construção, com um investimento de US$ 1,3 bilhão.



Segundo dados do governo uruguaio, cerca de 50 mil argentinos deixaram de visitar o Uruguai no verão passado por causa dos bloqueios. O caso foi levado a um tribunal do Mercosul, que não puniu a Argentina mas deu razão ao protesto uruguaio.