Conselho Mundial pela Paz exige a libertação dos 5 Cubanos

O Conselho Mundial pela Paz (CMP) divulgou nesta segunda-feira (9/10), em Atenas, um documento no qual condena a prisão ilegal dos Cinco Cubanos, exigindo sua imediata libertação.

O CMP lembra que a acusação de terroristas que recai sobre Antonio Guerrero, Fernando González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e René González é infundada. Seu secretário de organização, Iraklis Tsavdaris, destacou também que diversos países têm se mobilizado pela libertação dos Cinco.



O secretário acredita que é preciso buscar a verdade nesse caso. “Causa indignação escutar os Estados Unidos referir-se ao terrorismo, enquanto se comporta como o maior terrorista do planeta”, diz o documento.



“Reiteramos a todos os pacifistas do mundo a unir suas vozes na luta pela justiça, contra mais essa manipulação imperialista”, conclui a nota.



O caso
Os cinco cubanos foram detidos em setembro de 1998, após a entrega de um relatório elaborado pelo governo cubano endereçado ao FBI e o governo Bill Clinton. Eram 230 páginas, cinco fitas de vídeo e oito de áudio, relatando minuciosamente informações transmitidas pelas cadeias de televisão sobre ações terroristas contra Cuba.



Surpreendentemente, os agentes cubanos foram alvo das ações do governo estadunidense, acusados de cometerem 26 crimes, entre eles o de espionagem e conspiração, e permaneceram presos sem direito à fiança até o julgamento.



Após dois anos de indefinição, os cubanos foram condenados pelas autoridades do país em um júri no mínimo controverso – entre os 11 jurados, oito eram cubanos anti-castristas e um era venezuelano e se assumia como opositor do governo Chávez – que proferiu a sentença de duas prisões perpétuas para cada um, mais 15 anos “extras” de reclusão. Todo o trâmite do processo ocorre em Miami, a mesma cidade que sedia os grupos terroristas investigados pelos cubanos.



A condenação foi anulada em agosto de 2005 por uma decisão do Tribunal de Atlanta, que considerou justos os argumentos de que o julgamento não foi imparcial e conteve diversas irregularidades. O governo estadunidense recorreu e agora os juízes da Corte de Apelação não têm prazo para pronunciar a decisão final.



O presidente da Assembléia do Poder Popular, Ricardo Alarcón, acusa os Estados Unidos de manterem os cinco agentes seqüestrados, uma vez que os cubanos não têm contra si nenhuma condenação em vigor.