Teletransporte mais perto de ser realidade

O teletransporte usado pelo Dr. Spock e outros personagens do seriado Jornada nas Estrelas, e sonhado pelos fãs da série como a solução para os engarrafamentos nas estradas, ainda está muito distante da realidade, mas um passo importante foi dado nesse

Pela primeira vez, os cientistas conseguiram passar informação quântica entre luz e matéria. O teletransporte inédito entre dois objetos de naturezas diferentes consistiu na transferência do estado quântico de um pulso luminoso para um conjunto de átomos: da luz fez-se matéria.


 


A novidade foi conseguida por um grupo europeu liderado por Eugene Polzik, do Instituto Niels Bohr, na Dinamarca. Os detalhes desta experiência inovadora são descritos no artigo publicado na edição desta quinta-feira da revista britânica Nature.


 


O teletransporte quântico é a transferência do estado quântico de uma partícula para outra, sem o uso de uma ligação física. Tem como base o processo de emaranhamento, segundo o qual as propriedades de duas partículas podem ser agrupadas mesmo se estiverem distantes uma da outra.


 


Diferente da viagem instantânea de pessoas na ficção científica, o termo teletransporte tem sido usado por físicos para descrever a transferência de estados quânticos entre átomos isolados. O estado quântico de um átomo é a descrição de características como energia, movimento, campo magnético e outras propriedades físicas.


 


Em 1997, uma equipa liderada por Dirk Bouwmeester, hoje na Universidade da Califórnia em Santa Bárbara e na altura na Universidade de Oxford, no Reino Unido, fez a primeira demonstração experimental do teletransporte, ao transferir o estado quântico de um feixe de luz para outro. Sete anos depois, um grupo do National Institute of Standards and Technology, nos Estados Unidos, transportou estados quânticos entre átomos de berílio.