Imprensa da AL analisa resultado das eleições brasileiras

Falhas do PT, surpresa pela arrancada de Alckmin, desempenho pífio da esquerda no Sudeste e, apesar de tudo isso, uma grande confiança na vitória de Lula. Em meio às inúmeras reportagens e análises feitas pela imprensa latino-americana sobre o domingo

Na Agência Prensa Latina, de Cuba, a principal notícia destacava ''a avalanche de erros'' cometidos pelo PT, bem como a surpresa decorrente dessas falhas, que teriam impedido Lula de ultrapassar os 50% dos votos. A ausência do petista nos debates transmitidos pela televisão também foram lembrados no texto: ''Geraldo Alckmin nunca superou 38% ao longo da campanha, mas de repente a população resolveu favorecê-lo, especialmente depois da ausência de Lula dos debates na TV, outro grade erro cometido por seus assessores''.



O mexicano La Jornada dividiu a importância da eleição presidencial com os resultados nos estados brasileiros, lembrando que Alckmin obteve melhor desempenho que Lula em 11 deles. A vitória do PSDB em São Paulo e em Minas Gerais foi destacada, assim como as nebulosas ligações do presidenciável tucano com a Opus Dei.



Confiança
No Uruguai, o La República adotou um tom otimista, apesar de a eleição não ter sido finalizada no primeiro turno. '' Apesar do inesperado avanço de seu oponente, Lula é o amplo favorito para o segundo turno'', diz a chamada do site.



Assim como a Prensa Latina, o argentino Página 12 centrou sua crítica no papel do PT nas eleições presidenciais, a quem definiu como ''frágil'', apesar de toda a vantagem apresentada por Lula ao longo da campanha. Em sua análise, o texto alerta que o partido precisa otimizar seu desempenho ''nos três estados que mais influem na eleição: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais''.



Já a agência TeleSul ouviu especialistas em América Latina para questionar o que significaria uma eventual vitória de Alckmin no Brasil. Para Irae Sassi, faltou ao PT politizar o debate eleitoral, lembrando a todos que ''o adversário de Lula representa o enfraquecimento do Mercosul e o retorno de uma política neoliberal ao país''.