PSOL tenderá a ficar ''entre Lula e nenhum'', diz deputado

Os 6,575 milhões de votos que a candidato do PSOL, Heloísa Helena, recebeu no primeiro turno, não vão todos para um ou outro candidato que disputa o segundo turno das eleições. A previsão é do deputado reeleito do Partido, Chico Alencar (RJ).  ''N

Segundo ele, esse norte deve ser seguido pela aproximação dos pontos programáticos das duas candidaturas. ''A aliança tucana-pefelista, por tradição, está distante; a do Lula tem mais proximidade histórica, mas está maculada por traição'', diz o ex-petista. ''A tendência é ficar entre Lula e nenhum'', afirmou.


 


Ao contrário do que disse a candidata derrotada, de que não vai tomar partido entre Lula e Alckmin, Chico Alencar anunciou para a próxima segunda-feira (9), uma reunião pública do Partido, quando será discutido o assunto. ''Vou continuar praticando o que dá o tom do nosso mandato que é a participação cidadã. Vamos fazer uma reunião pública para as que as pessoas interessadas possam discutir isso''.


 


O deputado – um dos três que se elegeu pela nova sigla, uma dissidência do PT – disse que vai exortar para cada base fazer essa avaliação – ''sem cacique, com posição de independência crítica, porque o filiado e eleitor são livres''.


 


Pontos programáticos


 


Nas dicussões que fará dentro do partido, Chico Alencar quer ''cotejar as nossas propostas de reforma política, política macroeconômica, matrizes energéticas, democratização dos meios de comunicação, transparência nos negócios públicos (…) com as propostas das duas candidaturas  e amadurecer uma decisão. ''Vai por exclusão, já que a nossa proposta não recebeu o aval das runas, com humildade, mas firmeza, vamos nos definir pela candidatura que se aproxima mais do nosos pontos programáticos''.


 


Para Chico Alencar, a principal vantagem da realização do segundo turno é que vai fazer surgir um marco diferencial entre as duas candidaturas. ''Na nossa avaliação, os dois governos (Lula e FHC) tem semelhanças e agora vai ter que surgir a diferença''. E enumera algumas questões como  autonomia do Banco Central, a política de juros e investimentos, entre outras.


 


O ex-petista não perde a oportunidade para uma alfinteada no PT. Segundo ele, o segundo turno vai servir também para diminuir a ''arrogância'' do PT e que ''negou um costume caro à esquerda no País – a ética'', disse, referindo-se às denúncias de corrupção envolvendo o partido do Presidente Lula.


 


De Brasília
Márcia Xavier