Emprego no ramo metalúrgico cresce mesmo com demissões massivas

Nos últimos três anos, foram criados 312.902 novos postos de trabalho para metalúrgicos no Brasil. O setor possui hoje 1.647.758 trabalhadores, um crescimento de 23,4% em relação à janeiro de 2003, quando haviam 1.334.856 metalúrgicos trabalhando com cart

Estudo realizado pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT) sobre o emprego no ramo metalúrgico, mostra que desde o início do governo Lula, em janeiro de 2003, até agosto de 2006, foram criados 312.902 novos postos de trabalho, com o setor atingindo um total de 1.647.758 trabalhadores.


 


Isso representa um crescimento de 23,4% em relação à janeiro de 2003, que apontava 1.334.856 metalúrgicos trabalhando com carteira assinada.


 


O auge do trabalho na metalurgia foi em 1987, quando o País registrou 2,8 milhões de trabalhadores atuando no setor. As sucessivas crises fizeram este número baixar mais de 50% em dez anos, com a eliminação de mais de 1,5 milhão de postos de trabalho.


 


Um dos fatores que contribuíram para o crescimento atual foram a recuperação econômica e o crescimento industrial do País. Em São Paulo, entre os motivos estão as cláusulas de limitação às horas extras conquistadas na negociação coletiva de 2004 com as montadoras e auto-peças no Estado.


 


Para Adriana Marcolino, da Subseção Dieese da CNM-CUT, os números são animadores, já que na indústria metalúrgica os trabalhadores estão na formalidade.


 


Já para Valter Sanches, Secretário de Organização da CNM-CUT, diz que a notícia não poderia vir em melhor momento, pois durante todo o ano de 2005 foram criados 58,9 mil postos de trabalho e, em nove meses de 2006, já são 52 mil vagas abertas.


 


“Isso reforça as previsões que apontávamos de que os investimentos feitos pela indústria, além das medidas do governo como o pacote da habitação, por exemplo, ajudariam a criar novas vagas”, afirmou o dirigente.


 


Sanches diz que o sentimento no setor é que a perspectiva de crescimento deve continuar, principalmente nas indústrias siderúrgicas e automotivas. “A queda na inflação e nos juros animaram os empresários”, completou.


 


Jovens entram no mercado
Na esteira da recuperação do emprego na categoria estão os jovens Roberta Ferreira Sardinha, 20 anos, e Hilton Batista da Silva, de 24 anos.


 


Para eles, foi o desempenho da economia que lhes abriu a chance de conseguir uma vaga. Os dois trabalham há pouco tempo na montagem de motores na Mercedes-Benz. “Foi recentemente que surgiram tantas vagas no País”, lembra Roberta, que antes de entrar na montadora, em março do ano passado, nunca tinha trabalhado.


 


“Sempre procurei um emprego, mas nunca consegui. As exigências eram demais”, disse ela, que tem o ensino médio completo e agora já pensa em cursar a faculdade de psicologia.


 


“Quando entrei aqui surgiram muitas vagas, foi na época de contratações por causa do aumento na produção”, relembra Hilton, que entrou na Mercedes em setembro de 2004, depois de amargar três meses de desemprego.


 


Fonte: Tribuna Metalúrgica