Iphan estudará as urnas de Tumiritinga

De acordo com o Iphan, os objetos encontrados têm valor histórico e científico. A etnia ainda será estudada, mas há a hipótese de que a cidade de 6 mil habitantes, emancipada há 57 anos, tenha abrigado antes uma grande aldeia tupi-guarani. Tanto que o



    O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai estudar as urnas funerárias indígenas e os objetos arqueológicos encontrados em Tumiritinga, no Vale do Rio Doce, além de providenciar para que fiquem em um museu da região. Mas, até lá, tentará conservá-los, conscientizando os moradores, principalmente as crianças, de que os índios não dominavam a técnica de trabalhar o metal e não davam valor aos metais preciosos e, por isso, não há ouro ou qualquer tesouro enterrado com as urnas, panelas e potes descobertos no local. Muitas peças são quebradas pelos moradores à procura de «tesouros».


 


    Na semana passada, o técnico Alexandre Delforge, do Patrimônio Arqueológico do Iphan, e a arqueóloga Maria Marta de Castro e Silva, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), visitaram o sítio arqueológico acompanhados do pesquisador Haruf Salmen, da Universidade Vale do Rio Doce (Univale). Ficou decidido que as expedições serão de estudos, envolvendo as instituições e a prefeitura.


 


    «Antes, porém, teremos que fazer um resgate de emergência para retirar os objetos que estão em lugares rasos ou em poder dos moradores», explicou Delforge. Segundo ele, o início dos trabalhos ainda não foi definido, mas devem começar em abril de 2007, depois das chuvas. «Estamos fazendo parcerias e um relatório sobre a vistoria realizada no dia 12, para obtermos autorização para as pesquisas», disse. O documento será enviado ao Departamento do Patrimônio Material, em Brasília.


 


    Delforge alega que será preciso conseguir recursos para o projeto. «Trata-se de um sítio arqueológico grande, de extrema importância e é preciso conservá-lo», garantiu. Nesta primeira fase, o trabalho é voltado para a conscientização. Por meio de um folheto e de palestras, os arqueólogos explicaram aos moradores, em especial as crianças da Escola Estadual Luiz de Camões, que as peças pertencem à União e devem ser preservadas. E advertiram que o comércio desse tipo do objeto é proibido.


 


    Há cerca de um mês, duas urnas funerárias indígenas, também chamadas de igaçabas, foram encontradas em escavações para nivelamento e calçamento de uma rua no centro de Tumiritinga. Elas estavam a 40 centímetros de profundidade. Antes, outras três haviam sido descobertas, mas só uma está intacta. As urnas, segundo o Iphan, eram utilizadas para o enterro de pessoas ou para guardar seus ossos e, como outros objetos que vem sendo achados, teriam sido feitas por índios que habitavam o Brasil antes da chegada dos portugueses.


 


   


Fonte: Jornal Hoje em Dia