AIEA alerta que EUA mentem sobre programa nuclear do Irã

A Agência Internacional de Energia Atômica nuclear da ONU (AIEA) protestou com vêemencia contra relatório secreto do Congresso americano, afirmando que o é um documento escandaloso e desonesto sobre o programa nuclear do Irã, em carta confidencial qu

A carta, enviada ao chefe do comitê, o republicano Peter Hoekstra, foi obtida e divulgada pelo jornal americano Washington Post. Entre outras críticas, a agência expressa “fortes objeções” à insinuação de que estaria acobertando dúvidas a respeito das intenções nucleares iranianas.


 


Os EUA têm pressionado o Conselho de Segurança da ONU a impor sanções econômicas ao Irã por ele não suspender o programa nuclear do país, alegando que o governo iraniano pretende fabricar armas nucleares.


 


Segundo a AIEA, o relatório do Congresso contém sérias distorções. A agência diz que o comitê erra ao afirmar que o Irã enriqueceu urânio em nível suficiente para construir armas atômicas, pois seus inspetores encontraram apenas pequenas quantidades de urânio enriquecido, e em níveis primários.


 


Mas o protesto mais veemente é em relação à afirmação incorreta e enganosa de que a agência removeu um dos seus inspetores por ele “alegadamente concluir que o objetivo era construir armas”. Segundo a AIEA, a remoção ocorreu a pedido de Teerã, o que é garantido a todo governo. O Irã alegou que o inspetor era espião americano.


 


A carta considera escandalosa e desonesta a sugestão de que o motivo foi o inspetor ter se recusado a aderir “à política extra-oficial que impede funcionários da agência de contar toda a verdade” sobre o Irã.


 


O porta-voz do comitê do Congresso, Jamal Ware, admitiu que foi dito erroneamente que o país tinha material para construir armas, mas disse que “não era nada substantivo”, pois isso estava só numa legenda. “Sobre as outras coisas aparentemente discordamos. Não há erros no relatório.” Um diplomata, sob anonimato, disse que o caso é um “déjà vu do pré-guerra no Iraque”, quando os EUA acusaram Bagdá de ter armas de destruição em massa.