''Revolução é muito mais que Fidel'', diz dirigente cubana

A revolução cubana não morrerá quando o líder histórico cubano, Fidel Castro, morrer, afirmou Teresita Trujillo, representante do Partido Comunista Cubano. A dirigente participou neste domingo (03/9) de um debate em Lisboa, durante a festa do jornal co

''A revolução cubana é muito mais do que Fidel. A revolução cubana é o povo cubano'', frisou Teresita, a propósito das questões levantadas pela recente doença de ''El Comandante'' quanto à sobrevivência do regime. ''Queremos Fidel e queremo-lo por muitos anos, porque é um dirigente excepcional'', declarou Trujillo, membro do departamento de Relações Internacionais do PC cubano.


 


Ela afirmou que, quando o líder histórico cubano desaparecer, a sua sucessão e a continuação da revolução cubana estão asseguradas. ''A revolução é irreversível, em Cuba e em toda a América Latina. Não nos podem deter'', sustentou. Quando as pessoas que assistiam ao debate – subordinado ao tema ''América Latina: Resistência e Avanços Progressistas'' – começaram a repetir as palavras de ordem ''Cuba vencerá'', Teresita Trujillo respondeu: ''Cuba vencerá e está vencendo todos os dias e é essa a lição que estamos a dar ao imperialismo norte-americano''.


 


Como exemplo, apontou o aumento de 11,8% do Produto Interno Bruto no ano passado. ''No quase meio século de vida da revolução cubana, o povo cubano teve de enfrentar sérios desafios. Atualmente, a revolução encontra-se mais fortalecida que nunca, uma década e meia depois do desaparecimento da União Soviética'', defendeu. ''Agora, Cuba encontra-se em condições de retomar políticas que tiveram de ser relegadas para segundo plano na década de 90, como o plano educacional, os cuidados à terceira idade e as infra-estruturas e serviços''.


 


Cooperação
Segundo Teresita, ''Cuba poderá agora também retomar os projetos de cooperação com o terceiro mundo, que sempre caracterizaram a vertente internacionalista da revolução cubana''. ''Enquanto os Estados Unidos e os seus aliados pensam quanto dinheiro hão de enviar para um cenário de catástrofe natural, como o sismo no Paquistão, Cuba está enviando os seus médicos'', comparou.


 


O mesmo tom foi utilizado pelo representante do PC venezuelano, Carolos Wimmer, que exaltou as virtudes da revolução bolivariana no seu país. Wimmer registrou que os avanços progressistas na América Latina ocorrem ''debaixo do nariz do imperialismo ianque''. Também afirmou que, apesar de os Estados Unidos continuarem a defender a Doutrina Monroe – ''A América para os norte- americanos'' -, ''isso não vai acontecer''.


 


Fidel em recuperação
Também neste domingo, o presidente venezuelano garantiu que Fidel Castro está em franca recuperação da cirurgia que fez para conter uma hemorragia no intestino. ''Fidel está muito bem. Fiquei surpreso com a rapidez de sua recuperação. Pedimos a Deus que continue se recuperando'', declarou Chávez em Alô, Presidente, seu programa dominical de rádio e televisão. O presidente venezuelano leu uma nota escrita a mão por Fidel na sexta-feira passada durante a visita de cerca de duas horas feita por Chávez.


 


''Antes (Fidel) não podia nem escrever – afinal, estava convalescente. Ele já pode sentar-se, escrever, tem um telefone, dá ordens, instruções'', disse o venezuelano. Na nota lida por Chávez, Fidel o felicita pelo ''êxito'' da sua recente viagem por China, Malásia, Síria e Angola, que ''superou todas as expectativas''.


 


Outra carta
Também foi exibida uma nota que escrita por Fidel a seus médicos; ''Saibam o quanto eu desejo poder voltar ao escritório''. Chávez se mostrou muito preocupado com a saúde de Fidel Castro desde que o líder cubano foi submetido a uma operação no intestino, no último dia 31 de julho. Na ocasião, teve de ceder, provisoriamente, o poder a seu irmão Raúl Castro.


 


Autoridades cubanas desmentem os rumores de que Castro tem câncer. Imagens televisionadas gravadas durante a visita de Chávez mostram Castro sentado e falando com entusiasmo, em mais um indício de sua recuperação.