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Izar consegue evitar debandada no Conselho de Ética

O presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Ricardo Izar (PTB-SP), conseguiu, em uma reunião a portas fechadas, convencer os deputados, membros do colegiado, a permanecerem no cargo até a votação dos dois ú

No primeiro horário da manhã desta quinta-feira (6), vários deputados da oposição, que fazem parte do Conselho, apresentaram pedido de desligamento em protesto contra a absolvição, na noite desta quarta-feira (5), no plenário da Casa, do deputado João Pulo Cunha (PT-SP).

O plenário da Câmara rejeitou a recomendação do Conselho de Ética que aprovou a cassação do mandato do João Paulo Cunha. Foram 256 votos a favor da manutenção do mandato do petista, contra 209. Cunha é o oitavo parlamentar acusado de envolvimento com o esquema do "mensalão" absolvido pelo plenário.

O deputado José Carlos Araújo (PL-BA), que participou da reunião, afirmou que permanecerá no órgão até o término da votação dos processos em andamento. Ele argumentou que, quando os deputados assumiram como conselheiros, eles já sabiam que as decisões do conselho passariam pelo Plenário, que é soberano. "Podemos até discordar da decisão do Plenário, mas essas são as regras do jogo."

Nove deputados haviam assinado documento de desligamento do Conselho. O Conselho de Ética é formado por 15 titulares e 15 suplentes.

Todos os deputados que manifestaram vontade de deixar o Conselho foram relatores e pediram a cassação de mandato nos processos que relataram. Apenas o do deputado Júlio Delgado, que pediu a cassação do ex-ministro José Dirceu (PT-SP), foi aprovado pelo plenário da Câmara. Os demais foram absolvidos pelo conjunto dos parlamentares no plenário da Casa.

Delgado foi o único que manteve a decisão e deixou o colegiado. "Respeito a posição dos colegas, mas existe um limite para cada um. O meu terminou hoje", afirmou Delgado.

Os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Benedito de Lira (PP-AL), Marcelo Ortiz (PV-SP) concordaram com a proposta de Izar de continuar no conselho até a conclusão dos processos do mensalão. O deputado Nelson Trad (PMDB-MS) disse que vai esperar a conclusão dos processos relativos ao mensalão no Conselho e ler o voto referente à cassação do deputado José Mentor (PT-SP), no plenário da Câmara.

Os deputados Cezar Schirmer (PMDB-RS) e Orlando Fantazzini (PSOL-SP), que assinaram o documento, não participaram da reunião com Izar, porque viajaram para um compromisso em Buenos Aires. O deputado Cláudio Magrão (PPS-SP) ainda não se pronunciou sobre sua permanência ou não no conselho.

O deputado Chico Alencar (PT-RJ), marcou data para permanecer no Conselho. Ele disse que ficará até o dia 18 de abril, para votar o processo contra o deputado Vadão Gomes (PP-SP).

Adiada decisão

Por causa da discussão sobre o pedido de desligamento de alguns conselheiros, foi transferida para a próxima reunião, ainda sem data definida, a pauta inicial do dia, que previa o sorteio do novo relator do processo contra o deputado José Janene (PP-PR), em substituição à deputada Angela Guadagnin (PT-SP), e a definição do cronograma de trabalho dos procedimentos em andamento.

De Brasília

Márcia Xavier

Com agências