Bolsa Família é unanimidade: todo candidato quer manter

Todos os quatro candidatos presidenciais com alguma densidade —  Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa Helena (PSOL)  e Cristovam Buarque (PDT) defenderam o  Bolsa-Família no programa eleitoral gratuito no rádio,

O mais insistente na promessa de manter o Bolsa Família é Geraldo Alckmin, que insiste na tecla desde sua primeira aparição no horário eleitoral. Hoje, os apresentadores do programa tucano reiteraram que, se eleito, ele manterá e melhorará os programas em andamento no governo federal, como o Bolsa-Família.



Alckmin e ''o meu jeito''



''Vamos manter o Bolsa-Família, mas nós vamos trabalhar para que as pessoas tenham emprego e renda, para o Brasil crescer e poder melhorar o emprego para a população'', disse o próprio candidato do bloco conservador PSDB-PFL. A insistência se deve à reduzida intenção de voto em Alckmin nas camadas mais pobres do eleitorado, diretamente beneficiadas pelo programa ou próximas de famílias que recebem a bolsa.



Alckmin também fez um discurso contra a corrupção, embora com o cuidado de não atacar Lula pelo nome. ''Corrupção, desvio de dinheiro, quer dizer menos escolas, menos hospital e menos emprego. Isso está errado. Tem que mudar. O meu jeito é diferente. Seriedade com dinheiro público e oportunidade para todos. Esse é meu compromisso'', afirmou.



A frase ''O meu jeito é diferente'' parece ter sido escolhido pelos marqueteiros da campanha PSDB-PFL como novo ''bordão'' — na gíria da profissão, expressão que se repete sempre — em substituição ao ''banho de ética'' e ao ''choque de gestão'', que não ''pegaram''. É uma frase com passado político: foi empregada por Mikhail Gorbatchev, ex-dirigente da ex-União Soviética, em 1985, citando por sua vez uma música célebre no passado, interpretada por Frank Sinatra, ''My Way''. A expressão encantou a então primeira ministra Margaret Thatcher.



Lula destaca seguidores no mundo



Já o presidente Lula afirmou que pretende ampliar e aprofundar o Bolsa-Família. ''E vou fazer isso melhorando ao mesmo tempo a educação e a geração de emprego nas área atendidas pelo programa, para que as pessoas não passem toda a vida dependendo desta ajuda''.



Lula enfatizou o reconhecimento do programa no exterior. ''Em todos os países onde eu ando só tenho ouvido elogios. Para você ter uma idéia, o banco mundial está levando o Bolsa-Família para países como o Egito, Paraguai, Nigéria e África do Sul.''
A senadora Heloísa Helena também deixou claro no seu programa que não acabará com o programa.



''Eu não vou acabar com o Bolsa-Família. Eu só quero que esse programa esteja junto com a escola integral, esporte, música, cultura, capacitação profissional e emprego. Vou manter o Bolsa-Família, não para exploração eleitoreira e perversa da pobreza, mas para garantir a dignidade das nossas famílias brasileiras'', asseverou a candidata do PSOL.



O candidato do PDT, Cristovam Buarque, lembrou o Bolsa-Escola, criado por ele quando foi governador do Distrito Federal, pelo PT. ''O Bolsa-Escola, ao mesmo tempo que dava dinheiro à mãe pobre, garantia escola para o filho dela. Era uma bolsa e uma escola. A bolsa ajudava a mãe. A escola mudava a vida do filho. Hoje está faltando escola na Bolsa-Família. A Bolsa-Família não faz subir na vida'', criticou, sem no entanto contestar o programa.