Corrupção faz PPS virar alvo dos tucanos em Mato Grosso

O deputado Roberto Freire, presidente do PPS, fez tudo o que pôde para jogar o partido que preside no colo dos tucanos. Não conseguiu fazer com que o PPS apoiasse a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB-PFL) oficialmente, mas consagrou o ap

Acusado de ter recebido propina da máfia das ambulâncias, o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) entregou hoje à CPI dos Sanguessugas e ao Ministério Público documentos que, segundo ele, comprovariam a ligação do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), com o esquema de desvio de verbas da área de saúde.




Antero apresentou cópias de duas leis estaduais, uma delas de iniciativa do próprio Maggi, e quatro decretos do governador que isentaram a Planam, empresa que funcionava como QG da máfia, do pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).




A Polícia Federal avalia que a Planam vendeu cerca de mil ambulâncias superfaturadas a prefeituras de todo o País. Segundo Antero, todas os veículos vendidos pela empresa a partir de dezembro de 2003 foram beneficiados pela isenção do IPVA. Antero tomou a iniciativa de acusar Maggi na mesma semana em que a revista “Veja” publicou entrevista na qual o empresário Luiz Antônio Vedoin diz ter pago ao senador uma comissão de R$ 40 mil. Em troca, Antero teria patrocinado a apresentação de emendas ao Orçamento da União que acabaram beneficiando a Planam.




O parlamentar afirmou que a “intimidade” de Blairo Maggi com o esquema chegava a tal ponto que, em outubro do ano passado, Cléia Maria Trevisan Vedoin, mulher do chefe do esquema, Darci Vedoin, encaminhou à Secretaria de Fazenda um ofício pedindo a prorrogação até 30 de novembro deste ano de um decreto do governador favorecendo a Planam.




“Ao pedido dela, ele fez mais, ao estender a prorrogação até 31 de dezembro de 2007”, disse Antero, referindo-se aos termos do decreto publicado no Diário Oficial do Estado a pouco menos de um ano. O senador afirmou que o benefício foi concedido de forma camuflada, sem referência explícita à Planam.




Nos documentos, o nome das empresas dos Vedoin não é citado, e a isenção do IPVA é concedida a “empresas de transformação em unidades especiais estabelecidas em território mato-grossense”. De acordo com o senador, a Planam é a única que se enquadrava na especificação.




A assessoria do Maggi classificou a denúncia de “caluniosa” e alegou que as medidas foram adotadas para “atrair a instalação de novas empresas no Estado”. Assegurou ainda que a isenção do IPVA foi adotada inicialmente durante a gestão do governador Dante de Oliveira (PSDB), morto neste ano.




Já o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), avaliou que é prematuro julgar os atos de Maggi antes de saber se ele ou alguém de seu governo foram beneficiados pelo esquema. “Ele deve ser investigado, mas é preciso lembrar que antes de estourar o escândalo da máfia das ambulâncias, não havia suspeitas sobre a Planam”, argumentou.


 


Fonte: Agência Estado