Quércia diz que PMDB pode apoiar segundo mandato de Lula

Em sabatina realizada nesta quarta-feira, 23, pelo Grupo Estado, o candidato do PMDB ao governo do Estado de São Paulo, Orestes Quércia, disse  acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhará as eleições e que seu partido apoiará

O candidato do PMDB ao governo do Estado de São Paulo, Orestes Quércia, disse nesta quarta-feira, 23, em sabatina realizada pelo Grupo Estado, que lançou sua candidatura “porque não houve condição de acordo com o PSDB (do adversário José Serra)”. Os dois partidos quase fecharam aliança para a disputa ao Palácio dos Bandeirantes, mas as negociações emperraram por falta de acordo para o nome do vice que poderia compor a chapa encabeçada por Serra.


 


Quércia lembrou a conversa que teve com o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. “Eu falei ao presidente que não haveria condições de mobilizar o partido (PMDB) para apoiá-lo”, citando entre outras questões o fator Garotinho (Anthony Garotinho, que teve sua candidatura presidencial derrubada em convenção da legenda). Além disso, o candidato do PMDB ao Palácio dos Bandeirantes disse também que informou Lula sobre as dificuldades de uma composição do PMDB com o PT em São Paulo.


 



Apoio a Lula


 



Orestes Quércia acreditar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhará as eleições e que seu partido apoiará um segundo mandato do petista. Durante sabatina no Grupo Estado, Quércia disse haver uma grande tendência em alguns Estados, como São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, de apoio a Lula.


 


Ele aproveitou para provocar o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho. “No Rio de Janeiro, não existe essa tendência, porque agora entrou o Garotinho e ele não é santo do nosso altar”, cutucou. Entretanto disse que se a decisão fosse dele, faria oposição ao governo Lula.


 


Ainda sobre o governo Lula, Quércia citou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que recentemente defendeu o impeachment do presidente. “Houve um momento em que isso era possível, no auge das denúncias, mas o PSDB não quis e deu moleza para o adversário”, considerou. “Lula tem autenticidade política e conseguir superar tudo isso com a força de sua liderança. O PT não. O partido está em frangalhos.”


 


Questionado sobre se pensava em deixar o PMDB por causa de divergências com outros membros, Quércia negou a possibilidade. “Eu pensei em tirar os outros”, ironizou. E completou: “Acho que se for eleito governador de São Paulo, terei força para fazer modificações no partido”.


 


O candidato admitiu que, além de comandar a área administrativa do Estado, pensa em conduzir a política do PMDB. “Com minha eleição, fortaleceríamos o partido nacionalmente”, disse. Quércia prometeu levar o partido de volta a suas origens. “Quero reunir o partido em torno daquele sentimento de Ulisses Guimarães, Tancredo Neves e Oscar Passos.”



Guerra Fiscal



O candidato ressaltou também que não é favorável à guerra fiscal, mas que não evitará a entrada de São Paulo em uma eventual disputa fiscal com outros Estados. Quércia afirmou que não fará como os governos estaduais anteriores, que, segundo ele, “cruzaram os braços” quando “milhares” de indústrias deixaram São Paulo por melhores isenções de tributos fornecidas em outras localidades.


 


De acordo com o ex-governador paulista, esse foi um dos principais motivos que resultou em um crescimento do Estado em níveis inferiores aos dos demais nos últimos anos. “Quem é favorável a uma guerra? Ninguém é favorável a guerra”, destacou o candidato do PMDB. “Existe um projeto na Câmara proibindo a guerra fiscal. Eu sou favorável ao projeto que proíbe a guerra fiscal, mas, enquanto ela existir, eu tenho que participar dela, é minha obrigação”, observou. “Você tem que entrar na guerra e impedir as empresas de irem embora.”


 


Quércia prometeu que, se eleito, entre seus objetivos, está uma campanha para a atração de multinacionais ao Estado e a transformação da Nossa Caixa em um instrumento para colaboração com pequenas e médias empresas. Com isso, segundo ele, um novo processo de industrialização seria verificado no Estado.


 


“Eu quero fazer no governo um grande empenho para trazer multinacionais, vou fazer uma campanha fora do País, vou trazer indústria. O grande empenho é a reindustrialização de São Paulo”, assegurou o candidato do PMDB ao governo paulista. “A minha idéia é participar da guerra fiscal, na medida que ela exista, e trazer indústria para São Paulo”, insistiu.


 


Fonte: Folha Online